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Perto de inauguração, monotrilho para um dia em cada três e tem obras apressadas

 

Vista aérea da futura Estação São Lucas da Linha 15-Prata (monotrilho) do Metrô
Não foi surpresa. Na manhã desta quinta-feira (5) grande parte dos passageiros sabia que a Linha 15-Prata não estava operando desde as 20 horas de quarta-feira. O movimento nas Estações Oratório e Vila Prudente do monotrilho, na zona leste, era, portanto, de usuários dos ônibus do Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese).

Embora seja “de emergência”, o Paese atendeu o trecho entre as duas estações 24 vezes desde 1º de fevereiro. O motivo foram “testes do novo sistema de controle dos trens”, de acordo com a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que afirmou, por meio de nota, que a medida é necessária para a emissão do certificado de segurança das novas estações – São Lucas, Vila União, Vila Tolstoi e Camilo Haddad, que serão abertas às 10 horas desta sexta-feira. A inauguração terá a presença de Geraldo Alckmin (PSDB), no último dia como governador, antes de deixar o cargo para se candidatar à Presidência.

Além de quinta e quarta-feira, a Linha 15-Prata funcionou parcialmente na segunda-feira (das 4h40 às 12h, em vez de fechar à meia-noite). Já em março as interrupções afetaram 12 dos 31 dias do mês. Como comparação, em janeiro, a medida foi aplicada apenas três vezes, e no fim de semana. São 23 paradas em 60 dias

As inaugurações devem facilitar a vida de pessoas como o estudante de Economia Fernando Gavioli, de 21 anos. Diariamente, ele pega um ônibus nas proximidades da Estação São Lucas até a Oratório, onde pega o monotrilho e, depois, segue até a Liberdade, no centro. “Agora vou direto. Achei que até iria demorar mais.”

Atrasos

Quando anunciado, o monotrilho tinha a previsão de inaugurar dez estações até 2011. No ano seguinte, o prazo foi estendido até 2012, quando novamente foi protelado para 2014. Em 2017, por fim, o governo do Estado declarou que a abertura ocorreria no primeiro semestre de 2018. Para junho, está prevista a abertura das Estações Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus.

A proximidade da inauguração também aumentou o fluxo de trabalho no entorno das estações, de acordo com moradores. Na quinta, nas novas estações, o jornal O Estado de S. Paulo encontrou dezenas de operários realizando atividades de paisagismo (como colocação de gramado e plantio de mudas), calçamento, pintura (até de ciclovias e faixas de pedestres) e instalação de semáforos. O fluxo era visivelmente mais intenso do que nas estações seguintes. Em uma rede social, um engenheiro chegou a definir as obras como uma “correria”.

O movimento de pessoas anda tão grande que o comerciante José Pedro Vasquez, de 64 anos, até enfrenta dificuldades para sair de carro, por causa “da grande quantidade de automóveis de funcionários da obra estacionados” perto da sua casa. “Vai ficar legal, mas tenho a impressão de que isso aqui vai estar entupido de gente assim que abrir. As coisas sempre chegam com atraso”, opina.

Já na Vila Tolstoi, o Estado encontrou moradores que festejavam até “sobras” do canteiro de obras. Enquanto um comerciante carregava uma das prateleiras que ganhou de um operário, a dona de casa Regina Kawahara, de 44 anos, contou à reportagem ter conseguido madeira grátis para “guardar as plantas”. Além do novo móvel, a inauguração também vai trazer economia. Por ter sido assaltada em uma parada de ônibus da região, em 2014, ela costuma transitar apenas de carro desde a Vila Prudente.

A inauguração é comemorada ainda por outros motivos. A aposentada Geralda Mazzano, de 73 anos, por exemplo, não precisará mais atravessar a rua correndo ou caminhar quadras para pegar o ônibus. Agora, há uma faixa de pedestres até o ponto. “Mas vou usar o metrô bastante também.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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