Vice-presidente da República acredita que aprovação saia ainda neste semestre e ressalta que os presidentes da Câmara e Senado são favoráveis à medida
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a reforma tributária deve ser aprovada ainda neste semestre. “Os presidentes eleitos da Câmara e do Senado são favoráveis à reforma, que pode trazer mais eficiência econômica, simplificando e ajudando investimentos no Brasil. Em 15 anos, pode trazer ganho de 10% no crescimento do PIB, com a redução do custo de pagamento em impostos”, disse durante o fórum “Economia Verde, Futuro e Inovação”, realizado em São Paulo nesta segunda-feira (6) pela BandNews.Segundo Alckmin, as PECs 110 e 45 unificam cinco tributos sobre consumo: IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins no IVA, como já ocorre em outras partes do mundo, no caso o IBS (Imposto de Bens e Serviços). As mudanças exigem alteração na Constituição em maioria qualificada.Ele defendeu a simplificação do sistema tributário e que o Brasil não fique mais isolado nos negócios. “À medida que avançamos na agenda verde, evitaremos de ser prejudicados na exportação. No pós-pandemia, houve um aumento do protecionismo no mundo, o que dificulta a exportação. O fato de o Brasil passar a ser protagonista no mundo de combate às mudanças climáticas e defesa dos recursos naturais, isso vai evitar que a gente perca mercados e ajudar a conquistar novos”, ressalta.
O encontro reuniu especialistas em sustentabilidade, empreendedores e líderes empresariais para discutir o papel da economia verde na criação de oportunidades de negócios, além de promover o desenvolvimento econômico do país sem deixar de lado as questões ambientais.
No evento, o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad, cobrou o fortalecimento do setor industrial e ressaltou a importância de Alckmin à frente do MDIC.
“É no setor industrial onde está a maior arrecadação de tributos e os maiores salários. É preciso tratar o agro com carinho e não machucá-lo com juros altos. O setor de serviços foi afetado pela Covid-19 e pela forma com que lidamos com ela. Destruímos centenas de empresas desnecessariamente. Alckmin é a figura para fazer acordos. O mundo está esperando pelo Brasil crescendo”, enfatiza.
Acordos internacionais e regras
Alckmin destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem visitado outros países com o objetivo de “correr com os acordos internacionais, não só com a União Europeia, mas com outros países. O Brasil tem 2% da economia mundial, 98% está fora. Temos que ter inserção nas grandes cadeias globais da economia”.
A cultura cartorial, com excesso de regras e burocratização, foi apontada como um problema pelo vice-presidente, por dificultar a vida das pessoas e das empresas, prejudicando a competitividade.
BNDES
Alckmin defendeu o papel do BNDES como financiador: “Quando o banco financia importador estrangeiro, ele está financiando emprego no Brasil, a indústria brasileira. Não existiria Embraer se não fosse o BNDES”.
O vice-presidente lembrou que houve a primarização das exportações no país, sendo que a soja, o petróleo bruto e o minério de ferro se destacam. “Mas precisamos exportar valor agregado porque a indústria emprega mais com melhores salários”, pontua.
Economia verde
Temas como economia verde e hidrogênio verde estiveram em debate, e o Brasil pode ser uma potência nestes setores. “Onde fabricar bem, barato e com alta compensação de emissão de carbono? No Brasil. Aqui você vai ter mais facilidade para compensar a emissão de carbono”, diz o ministro do MDIC.
Sobre o hidrogênio verde, Alckmin acredita que há possibilidades de avanço e que é preciso regular o mercado de carbono para fortalecer o crescimento da economia descarbonizada e a transição energética.
“Somos exemplo pro mundo de energia limpa. Temos uma tarefa longa e desafiadora, mas este é um bom momento. O mundo vai precisar do Brasil e temos que atrair investimentos. Precisamos consolidar nossas conquistas e inovar. Com economia verde, seremos imbatíveis”, conclui Alckmin.