Foi autorizada ainda a busca e apreensão nos endereços dos acusados
Os dois seguranças acusados de torturar um adolescente em supermercado na Zona Sul de São Paulo tiveram a prisão decretada pela Justiça de São Paulo. A juíza Tatiana Saes Ormeleze, do Fórum Criminal da Barra Funda, ainda autorizou busca e apreensão nos endereços dos acusados, David de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo dos Santos
Nas imagens que motivaram a instalação do inquérito, um rapaz de 17 anos aparece sendo chicoteado nu e amordaçado por seguranças do mercado Ricoy, na Vila Joaniza. As imagens circularam pelas redes sociais.
Depoimento
Na segunda-feira (2/9), o rapaz prestou depoimento. Ele contou que não se lembra do dia exato em que o fato ocorreu e que se recorda apenas que foi no mês de agosto. Segundo relatou aos policiais, ele pegou uma barra de chocolate da gôndola e tentou sair do supermercado sem pagar. Na saída, foi abordado por dois seguranças, que o levaram para um quarto nos fundos do estabelecimento.
Ali, ele foi despido, amordaçado, amarrado e passou a ser torturado com um chicote feito de fios elétricos trançados, por cerca de 40 minutos. Ele contou ainda que não registrou boletim de ocorrência porque temia por sua vida. Segundo depoimento, foi ameaçado por um dos seguranças, que disse que o mataria se relatasse o caso a alguém.
Além da vítima, foram ouvidos outros funcionários do supermercado, que negaram conhecimento dos fatos. Procurado anteriormente pela Agência Brasil, o supermercado informou que “repugna esta atitude” e que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa com “indignação”. A empresa informou que “não coaduna com nenhum tipo de ilegalidade” e que vai colaborar com as autoridades competentes para a apuração do caso.