Policiais civis cumprem 43 mandados. O grupo se dedica à invasão e parcelamento clandestino do solo urbano em São Sebastião em um complexo esquema de lavagem de dinheiro. Até cartório falso tinham
Empresários, advogados e agentes públicos são alvos de uma megaoperação deflagrada pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), na manhã desta terça-feira (19/7). O objetivo é investigar a prática de grilagem de terras na região. Policiais civis cumprem 43 mandados judiciais, entre prisões preventivas, buscas domiciliares, em empresas, escritórios de advocacia e mandados de monitoramento eletrônico.
A operação visa desarticular três organizações criminosas atuantes na grilagem de terras. Entre os alvos está ainda um ex-administrador da Administração Regional de São Sebastião.
Segundo as investigações, uma das três organizações identificadas são lideradas por empresários e agiotas que, há décadas, dedicam-se à invasão e parcelamento clandestino do solo urbano em São Sebastião, auferindo lucros milionários e promovendo um complexo esquema de lavagem de dinheiro para ocultar vasto patrimônio adquirido ilicitamente.
De acordo com a PCDF, para camuflar a origem criminosa do dinheiro ilegal, os suspeitos se utilizavam principalmente de “laranjas”, inclusive de um cobrador de ônibus de uma empresa local, que recebeu milhões, e empresas que nunca saíram do papel (fantasmas), pelas quais escorreram cifras milionárias entre 2017 e 2021.
Após ocultarem a origem ilícita dos valores, os criminosos investiam em agências de veículos, academias e lojas de materiais de construção, visando reintroduzi-los no mercado. Depois de parcelarem as terras, os grileiros as vendiam por meio de Contratos de Cessão de Direito, normalmente com firma reconhecida.
Falso cartório
O grupo também criou um falso cartório em São Sebastião para reconhecer firmas e autenticar documentos. “Tão grave quanto a atuação dos grileiros, são os indicativos de que os líderes recebiam apoio de agentes públicos, os quais, ao invés de cuidarem do interesse público, perverteram os valores que deveriam ser protegidos”, destacou o delegado-adjunto da 30ª DP, Ulysses Luz.
Dessa maneira, os envolvidos são investigados por integrar organização criminosa, lavagem de dinheiro, parcelamento irregular do solo urbano e crimes ambientais. As investigações seguem com o objetivo de identificar novos participantes do esquema.