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sexta-feira, 15/11/24
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Ala pró-Bivar apresenta lista para manter Delegado Waldir líder do PSL

Horas depois de a Câmara formalizar Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder do partido na Casa, deputados contrários à indicação do filho do presidente da República reagem e protocolam requerimento com 28 assinaturas

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Em resposta ao requerimento apresentado por deputados federais do PSL mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro para que o filho dele, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), fosse nomeado líder do partido na Câmara, a ala que defende o dirigente nacional da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE), formalizou mais um documento à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara pedindo que Delegado Waldir (PSL-GO) seja mantido na liderança da sigla na Casa.

De acordo com o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), 28 parlamentares assinaram o documento, que ainda precisa do crivo da Secretaria-Geral da Mesa. Para a lista ser confirmada, pelo menos 27 assinaturas têm de ser validadas pelo órgão, ou seja, mais da metade do número de deputados federais que o PSL tem atualmente.
A formalização do novo documento foi uma espécie de repúdio ao requerimento apresentado nesta segunda-feira (21/10) a favor da substituição de Delegado Waldir por Eduardo Bolsonaro como líder do PSL na Câmara. Segundo Bozzella, ainda nesta manhã, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ligou para Bivar e propôs uma “pacificação”, para que nenhum dos lados do partido na Casa apresentasse novas listas propondo alterações na liderança do partido.
“Ele quis uma conciliação, e o Bivar acatou. No entanto, meia hora depois, o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), quebrou o acordo, não cumpriu a palavra e apresentou a lista do Eduardo. Então, a gente se sentiu também no direito de seguir o rito natural dos fatos e apresentamos uma nova lista do Waldir”, explicou o deputado, ao Correio.
A quebra do acordo também fez com que Bivar retomasse o processo de suspensão de alguns deputados federais do partido. Nesta segunda-feira, ele havia anunciado a interrupção do procedimento aberto na quinta-feira passada (17/10), para desligar temporariamente da bancada os deputados Filipe Barros (PSL-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Bibo Nunes (PSL-RS) e Alê Silva (PSL-MG).
Dessa forma, comentou Bozzella, os cinco devem voltar a ser suspensos. Além disso, a Executiva Nacional do PSL avalia aplicar a pena disciplinar a mais 10 ou 15 parlamentares, antecipou o deputado, mas sem revelar quais nomes também serão suspensos. “Seguimos com o processo de suspensão. Aqueles que tiverem suspensos, uma vez determinada pela Executiva Nacional e protocolada na Câmara, eles não podem participar de nenhuma atividade”, disse Bozzella.

Avaliação de um novo nome

O pesselista de São Paulo revelou que o partido quer formular uma lista definitiva na qual nem Delegado Waldir nem Eduardo Bolsonaro sejam indicados para a liderança da legenda na Câmara. A ideia é “buscar um nome que não desagrade a nenhum dos lados”.
“Vamos aguardar essa manifestação da Câmara (da conferência das assinaturas da nova lista do Delegado Waldir), e provavelmente nas próximas horas, entre amanhã (terça-feira, 22/10) e depois, nós vamos estabelecer ordem dentro do partido, diferente do governo que não cumpriu acordo”, alfinetou Bozzella.
Para o deputado, a quebra do acordo estabelecido entre Bivar e general Ramos revela “muita incompetência” ou “tremenda falta de responsabilidade e até de caráter” por parte de alguns parlamentares do PSL. “(O não cumprimento do acordo) reflete um pouco o que assistimos nos últimos meses, que é a falta de articulação política por parte do líder do governo, e essa desorganização do Palácio (do Planalto) com relação ao Congresso. Você pega o coordenador político da Casa Civil, que é o general Ramos, propõe um acordo, o líder do governo descumpre o acordo, fica uma coisa estranha. A gente não sabe se é incompetência ou se é má fé, se é falta de caráter mesmo”, frisou
“A gente fica muito preocupado com isso. Isso chama a atenção, é uma briga que foi liderada por eles (ala bolsonarista), e quando o partido faz gesto de pacificação, eles vão lá, e sabotam. Eles não conseguem cumprir de pé, o que eles combinam sentados. Isso gera instabilidade jurídica enorme no parlamento, porque no próprio partido eles não cumprem a palavra, imagine com as demais alas dentro do parlamento”, completou.

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