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sexta-feira, 22/11/24
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Alunos dizem em manifesto que irão desocupar escolas estaduais em SP

As escolas estaduais de São Paulo que continuaram ocupadas por estudantes após a suspensão da reorganização do sistema estadual de ensino, no dia 4 de dezembro, devem ser desocupadas de forma conjunta entre as 12h desta sexta-feira (18) e as 12h desta segunda-feira (21), de acordo com um manifesto do Comando das Escolas em Luta, divulgado nesta quinta-feira (17) nas redes sociais.

O texto, publicado na página do comando no Facebook, afirma que a decisão não é “como o fim de uma luta, mas como uma mudança do caráter dela”. Ele adiciona, no entanto, que “a decisão [de desocupar] cabe aos ocupantes de cada escola, e que independente dela, haverá apoio das demais”.

“Analisamos que as ocupações já cumpriram sua função e que é hora de mudar de tática. Reiteramos ainda que as ocupações em si não são o movimento secundarista, mas uma das táticas utilizadas por este. Se desocupamos, não é de forma alguma por não haver outra opção, mas justamente por haverem outras, que no momento julgamos mais efetivas”, afirma o manifesto.

Apesar do texto, uma representante de uma das primeiras ocupações do estado, da E. E. Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Palo, afirmou que os estudantes não desocuparão a escola dentro do prazo divulgado pelo comando. “A gente continua ocupando por mais um tempo indeterminado por conta de questões internas que temos de discutir”, disse.

Estudantes começaram a ocupar escolas em 9 de novembro em protesto contra a reestruturação. Nesta quinta-feira, 55 escolas estavam ocupadas, segundo a Secretaria da Educação. Ao longo das manifestações, o Sindicato dos Professores (Apeoesp) chegou a afirmar que 213 escolas foram ocupadas. A secretaria confirmou 200.

Analisamos que as ocupações já cumpriram sua função e que é hora de mudar de tática”
Comunicado dos estudantes

Escolas ocupadas nesta quinta-feira (17)
O número de escolas estaduais de São Pauloocupadas por estudantes caiu novamente nesta quinta-feira (17), segundo balanço da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. No período da tarde, a pasta contabilizava 55 unidades de ensino ocupadas. Já o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) diz que o número do último balanço é de 63 escolas. Durante o período de maior ocupação, mais de 200 escolas chegaram a ser tomadas pelos alunos.

Os estudantes começaram a deixar os colégios no início da semana passada após o anúncio do governo paulista, no dia 4, que decidiu suspender do plano de reorganização das escolas estaduais. Muitos estudantes decidiram continuar ocupando as escolas exigindo que o governo nunca mais retomasse o projeto de reorganização escolar.

O governador Geraldo Alckmin disse que em 2016 a proposta será amplamente discutidas com pais, alunos e professores em todo o estado. Os alunos podem continuar nas escolas onde estão e a matrícula será automática. Como não existe uma liderança única, a decisão de sair é dos alunos de cada escola.

Por conta da suspensão da reorganização escolar, o início do ano letivo de 2016, que estava previsto para 1º de fevereiro, foi adiado para 15 de fevereiro.

Escolas são vítimas de vandalismo
Algumas escolas foram alvo de vandalismo após a suspensão da reorganização escolar. Em Osasco, duas escolas foram vandalizadas, a E. E. Coronel Antônio Paiva de Sampaio e a E. E. Francisca Lisboa Peralta.

Em São Carlos, a E. E. Maria Ramos, que ficou ocupada durante 20 dias por estudantes em protesto contra a reorganização escolar, foi alvo de vandalismo, em São Carlos (SP). Os alunos deixaram o local nesta segunda-feira (14) e a direção da escola encontrou documentos queimados, armários revirados e pichações. A Polícia Militar identificou um suspeito, mas não informou se era algum aluno.

Suspensão
O governador Geraldo Alckmin suspendeu no dia 4 a reestruturação afetaria mais de 300 mil alunos. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.

No dia seguinte, um decretou oficializou o adiamento das mudanças. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.

Após o governador suspender a reforma da rede de ensino, o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início desta semana.

O governo paulista defende que a reorganização vai melhorar o ensino. Os alunos, porém, contestam e reclamam que não foram ouvidos pelo governo sobre as mudanças e sobre o fechamento das unidades onde estudam. Em protesto, eles passaram a ocupar, desde 9 de novembro, escolas em todo o estado.

Ocupações

Um grupo de estudantes afirmou no dia 6 de dezembro, na Escola Estadual Diadema, que as ocupações e os protestos de rua continuarão. O pronunciamento foi feito por quatro adolescentes, que disseram ainda exigir um pronunciamento “concreto” do governador Geraldo Alckmin sobre o cancelamento da reorganização em uma audiência pública “amplamente convocada”.

Os estudantes leram um manifesto na Escola Estadual Diadema, ocupada desde 9 de novembro, e disseram representar os estudantes secundaristas. “Nós, estudantes secundaristas, após o encontro estadual das escolas ocupadas do dia 6 de dezembro, anunciamos que continuaremos na luta, seja ocupando as escolas ou as ruas”, disse um deles.

O adolescente afirmou que a força dos estudantes foi provada, “uma vez que o governador teve que recuar com o projeto e o secretário [da Educação, Herman Voorwald] teve que deixar o cargo. Uma grande derrota imposta pelos estudantes”, afirmou. Questionados pela GloboNews, os jovens não afirmaram quantas escolas representavam.

Eles também cobraram punições a policiais que tenham “agredido ou ameaçado” os estudantes e o fim dos processos contra alunos, funcionários e professores. O governo de São Paulo não se manifestou sobre as afirmações feitas pelos estudantes neste domingo.

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