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quarta-feira, 15/05/24
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Amigo de Temer em Tietê comemora governo: ‘Arrepia vê-lo na presidência’

James Milanelo conta como foi a infância na cidade onde Temer nasceu. ‘É o orgulho da família e de Tietê’, diz sobrinha.

Amigo de infância James Antônio Milanelo, morador de Tietê (Foto: Reprodução/TVTEM)
Amigo de infância James Antônio Milanelo,
morador de Tietê (Foto: Reprodução/TVTEM)

“Como podia imaginar que o meu amigo, que ia nas festinhas de São Pedro, que  não tinha dinheiro como eu para comer um pão doce ou churrasquinho, ia ser Presidente da República. Arrepia isso”. O depoimento é do amigo de infância de Michel Temer, James Antônio Milanelo, que conviveu com o presidente durante sua infância e adolescência em Tietê (SP), cidade do interior de São Paulo.

Para James, é uma honra ter um amigo presidente. “Isso me faz muito bem e é bacana isso. Esse contato não é qualquer um que tem e é uma satisfação muito grande ser amigo de Michel”.

 

 

Amigo de infância James Antônio Milanelo e Michel Temer (Foto: Arquivo pessoal/James Milanelo)

James conta que conheceu Michel ainda na infância. Os dois moravam perto e iam para a escola juntos todos os dias. “Nos aproximamos mais porque íamos e voltávamos juntos para a escola. Era um tempo que tinha estrada de terra e somos amigos desde sempre. Lembro que meu pai tinha uma capa, essas de cavalo, e usávamos para descer no frio. Tempos de ginásio. Nos separamos quando ele foi para São Paulo, mas sempre fomos amigos. Mesmo após se envolver na política, ele continua nos visitando”, afirma.

Segundo o amigo, Michel não demonstrava interesse por política na adolescência. “Ele sempre foi muito estudioso e carismático, mas não era envolvido na política. A gente tinha uns encontros no pátio do posto e no bar, mas ele não vinha. Ele ficava estudando e por isso que ele foi bem. Mas o interesse por política começou em São Paulo, quando foi estudar direito e foi presidente da União Nacional dos Estudantes. Começou ali após ser jurista. Aqui ele não tinha vínculo político”, conta.

Sobrinha de Michel Temer afirma estar orgulhosa do tio (Foto: Reprodução/TVT

A sobrinha de Temer, Cleusa Tamer Schincariol, de 66 anos, afirma que se sente orgulhosa de ter um sobrinho Presidente da República. “Estou muito feliz e orgulhosa. É um orgulho para a família. Soube da notícia logo cedo pelo meu marido e filha que me falaram que era sobrinha de presidente. Estou confiante que ele fará um bom trabalho, mas apreensiva por ele. Não por política, mas pela responsabilidade de ser presidente”, afirma.

Ainda segundo Cleusa, a cidade está orgulhosa. “Ele sempre foi querido aqui em Tietê e acredito que todos estão orgulhosos. Estou muito feliz de vê-lo como presidente”, contou.

A expectativa é que Tietê faça uma festa assim que Temer for empossado. Segundo o prefeito Manoel David, pretende contratar um trio elétrico na praça pública.

Michel Temer nasceu em Tietê em 1940 (Foto: Reprodução/TVTEM)

Vida em Tietê
Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê em 1940. Ele é filho dos imigrantes libaneses Miguel e March Temer. É o caçula de uma família que chegou ao Brasil em 1925. Logo que pisou no país, Miguel Temer comprou uma casa em Tietê, onde Michel nasceu e viveu até os 16 anos. Atualmente, no local onde ficava a residência, na rua Vila Nova, existe apenas um terreno baldio.

Temer tinha fama de bom aluno. Na escola onde estudou, o histórico escolar está exposto em uma galeria e segundo o James, Michel costumava trocar o bate-papo com os amigos pelos estudos.

Em uma chácara, a família Temer instalou uma beneficiadora de grãos e os negócios deram certo, o que permitiu que ele e outros irmãos fossem estudar em São Paulo.

A última vez que Temer esteve em Tietê foi no aniversário de 174 anos do município em março deste ano. Amigos e parentes afirmam que, quando pode, Temer vem ao município de 40 mil habitantes para uma rápida visita e sempre se hospeda na chácara da “Vovó March”, nome da mãe dele. O local é o ponto de encontro com a família em Tietê.

Articulador
Substituto de Dilma Rousseff durante o período de afastamento da presidente, o vice é reconhecido, por aliados e adversários, como um articulador político de bastidores que domina as engrenagens do Congresso Nacional e da federação de interesses regionais do PMDB.

Presidente nacional do partido há 15 anos, o jurista Michel Temer se elegeu vice-presidente da República, pela primeira vez, em 2010, ao lado de Dilma. À época, além de comandar o PMDB, ele presidia a Câmara dos Deputados, pela terceira vez em 13 anos.

Respaldado pelo poder que acumulava no Legislativo e na cúpula partidária, Temer impôs ao PT o próprio nome para a vaga de vice como condição para o PMDB apoiar a candidatura da afilhada política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Inicialmente, Lula resistiu e tentou obter uma lista tríplice de peemedebistas para escolher quem entraria na corrida eleitoral ao lado da candidata. Temer negou. Embora exibisse significativa força política como presidente do maior partido do país e da Câmara dos Deputados, Michel Temer vinha de uma eleição apertada para o parlamento.

Janeiro/2015 – Michel Temer é visto ao lado de sua mulher, Marcela Temer, e da presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia de posse da presidência no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Em 2006, ao se reeleger para o quarto mandato consecutivo de deputado federal por São Paulo, não conseguiu contar apenas com os próprios votos para se manter no Legislativo. Na ocasião, obteve 99.046 votos, menos da metade dos 252.229 votos que somou na eleição de 2002. Mas mesmo com a significativa queda de rendimento nas urnas, o peemedebista conseguiu se reeleger “puxado” pelo conjunto dos votos dos demais integrantes da coligação do PMDB.

Apesar do receio que tinha em relação ao perfil de Temer, Lula não podia abrir mão do tempo de rádio e TV dos peemedebistas na eleição em que tentaria fazer a ex-ministra da Casa Civil sua sucessora no Palácio do Planalto. Além disso, ele sabia que Dilma precisaria do apoio do PMDB no Congresso Nacional para garantir a governabilidade.

Com a bênção de Lula, o casamento político entre Dilma e Temer foi consumado. A aliança acabou bem sucedida nas urnas, com a dupla derrotando José Serra (PSDB-SP) no segundo turno da eleição de 2010.

No primeiro mandato de Dilma, Temer teve um papel discreto. Fez questão de manter uma relação protocolar com a chefe do Executivo, sempre chamando-a de “senhora presidente”. Nas ocasiões em que substituiu a petista na Presidência por motivos de viagens, fazia questão de despachar do próprio gabinete, no anexo do Palácio do Planalto, onde fica a estrutura da Vice-Presidência.

No anexo, Temer passou os primeiros quatro anos de mandato recebendo uma romaria de peemedebistas insatisfeitos com o dote que o partido havia recebido na Esplanada dos Ministérios – a legenda ocupou cinco pastas no primeiro mandato de Dilma – e com o suposta exclusão do PMDB nas decisões do governo.

À época, ele ouvia atentamente a todas as queixas dos colegas de partido, mas nunca esboçava qualquer intenção de deflagrar um motim contra a presidente.

11/05/2016 – O vice-presidente da República, Michel Temer, posa para foto no prédio anexo ao Palácio do Planalto, em Brasília, na quarta (11) (Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)

 

 

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