Anvisa avalia se libera Coronavac infantil, e isso pode mudar a vacinação
Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliam, nesta quinta-feira, 20, se liberam a vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac, para crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. A reunião que vai analisar o pedido de uso emergencial do imunizante começa a partir das 10 horas e é transmitida online.
Diferentemente da vacina da Pfizer – que tem liberação definitiva para aplicação em crianças entre 5 e 11 anos – a definição é por meio de reunião da diretoria colegiada, uma vez que a Coronavac em adultos tem somente o uso emergencial permitido no Brasil.
A liberação ou não da vacina para a população pediátrica pode modificar o rumo da vacinação infantil no Brasil. Isso porque o Instituto Butantan tem 15 milhões de doses da vacina prontas para serem distribuídas aos estados. Outra diferença é que a vacina do Butantan é a mesma usada em adultos e crianças.
Até o momento o governo federal já recebeu aproximadamente 2,5 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer. Um novo lote, com 1,8 milhão, está previsto para chegar no dia 24 de janeiro.
Ainda sem um contrato com o Ministério da Saúde, o governo de São Paulo já se adiantou e disse que 10 milhões deste montante serão usados localmente – de forma imediata -, e que o restante pode compor o Programa Nacional de Imunizações, ou mesmo ser vendido a outros estados.
Assim como ocorreu quando a primeira pessoa foi imunizada contra a covid-19 no Brasil, em janeiro do ano passado, é esperado que Doria corra na frente e ganhe os holofotes, aplicando a vacina em uma criança paulista.
Na segunda-feira, 17, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que assim que a Anvisa liberar a vacina pediátrica da Coronavac, a pasta “vai avaliar” para que o imunizante seja disponibilizado dentro do Programa Nacional de Imunizações.
Vale lembrar que em agosto do ano passado a Anvisa barrou o uso da vacina do Instituto Butantan em crianças. Na época, segundo a agência, os documentos apresentados dos estudos realizados não garantiram a eficácia e segurança no uso da vacina no grupo pediátrico. O argumento foi de que a aplicação do imunizante em crianças e adolescentes poderia colocá-los em risco.
Na semana passada, o Instituto Butantan enviou à Anvisa mais dados para que a agência analise o pedido de liberação da vacina pediátrica, prevista para crianças de 3 a 11 anos. Foram apresentados e analisados dados de pesquisas e estudos feitos pelo governo do Chile durante a aplicação da vacina Coronavac em crianças e adolescentes no país.
O encontro online e fechado reuniu especialistas da agência, do Instituto Butantan, pesquisadores chilenos, técnicos do laboratório Sinovac China e representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).