Todos precisam de revisão da parte elétrica e de gás, “algumas com entupimentos, outras com possíveis vazamentos”, diz a Autarquia Hospitalar Municipal
Ao menos 12 dos 15 hospitais municipais de São Paulo precisam de obras urgentes para receber pacientes em meio à crise do novo coronavírus, aponta levantamento interno da Autarquia Hospitalar Municipal obtido pelo Estado. Todas as unidades da rede precisam de revisão da parte elétrica e das redes de gás, “algumas com entupimentos, outras com possíveis vazamentos”, aponta o documento.
Os serviços se fazem necessários “considerando o aumento significativo da ocupação dos leitos da rede pública”, mas há serviços que incluem reforma de elevadores, troca de portas ou mesmo pintura de áreas dos hospitais, além de adequação de refeitórios.
O último boletim da Prefeitura, de sexta-feira, apontou que a rede municipal tem 3.282 internados com a covid-19 confirmada. Outros 6.467 em investigação e ainda 2.395 pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave não especificada, o que totaliza 12,1 mil pacientes ocupando esses leitos, sem contar outras enfermidades.
Na lista de obras, há serviços para dar aos hospitais capacidade para ter mais leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), outros para a adaptação de alas não clínicas, como brinquedotecas, para recebimento de leitos e, no caso do Hospital do Servidor Público Municipal, na zona sul, a reforma completa de dois andares para melhoria de enfermarias.
O Hospital do Campo Limpo, na zona sul, precisa de reformas na parte elétrica dos 10 leitos de UTI e duas salas novas para tomografia. Uma nova sala para a realização do exame também precisa ser instalada do Hospital José Soares Hungria, em Pirituba, zona norte. O Hospital Tide Setúbal, da zona leste, precisa dobrar de 10 para 20 o número de leitos de UTI.
Os técnicos também identificaram necessidade de adequação de refeitórios e até de UTIs neonatais, como no caso do Hospital Waldomiro de Paula (Itaquera), na zona leste.
A relação está em um processo para contratação emergencial de empresas que farão o serviço, que não terá licitação por causa da situação de calamidade decretada pela cidade. O valor será definido conforme as obras avancem, seguindo tabela de preços da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras. Em nota, a Prefeitura disse que as obras ocorrem “devido à necessidade intensiva de utilização de respiradores mecânicos no tratamento” sem comentar a necessidade de conserto de vazamentos de gás.
Para Gerson Salvador, do Sindicato dos Médicos de São Paulo, a adequação é importante. “Mas é preciso ver que, ao longo dos últimos anos, a cidade vem perdendo leitos de UTI é há hospitais que estão até fechados” e poderiam estar sendo usados para reforçar a estrutura contra a crise. Ele cita os hospitais Sorocabana e Panamericano (de responsabilidade do Estado), ambos na zona oeste.
Rio
A prefeitura do Rio concluiu ontem as obras do hospital de campanha do Riocentro, na zona oeste, com 400 leitos de clínica médica e 100 de UTI. Também começou a instalar na cidade cabines de desinfecção. Colocadas em pontos estratégicos, são equipadas com pulverizadores que liberam a substância chamada Atomic 70, que, segundo a Prefeitura, combate alguns tipos de vírus, incluindo a covid-19, e permanece na roupa das pessoas por 3 a 5 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.