Israel agora vai defender seus interesses em vez de “se curvar” às demandas internacionais, declarou o primeiro-ministro recém-reeleito.
Israel vai revisar sua política externa para torná-la mais consistente com suas prioridades nacionais, disse na quarta-feira (4) o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que formou um novo governo no mês passado após eleições antecipadas. O país não vai mais abaixar a cabeça em resposta às demandas do mundo, disse ele em uma conferência realizada pelo movimento sionista Betar, em Jerusalém.
“Nossa voz será ouvida no mundo”, disse o primeiro-ministro ao anunciar “uma revisão das relações exteriores”, entre outras mudanças políticas que seu governo recém-formado planeja introduzir. “Em vez de […] ceder aos ditames da comunidade internacional, defenderemos com orgulho nossos interesses no Estado de Israel e na Terra de Israel”, acrescentou.
Netanyahu não se referiu a nenhuma nação específica ou organização internacional que possa ser afetada por esta nova política. Ele também não mencionou o conflito em curso entre Moscou e Kiev. No entanto, o recém-nomeado ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, também anunciou a mudança de política de seu país em relação à Ucrânia.
Israel faria menos declarações públicas sobre o assunto, disse o ministro, embora ainda prometesse ajuda humanitária “significativa” a Kiev. Ele também confirmou que falaria com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, diretamente nesta semana. Cohen acrescentou que não há substituto para as relações Israel-EUA e as chamou de uma das principais prioridades do país.
As relações entre a Rússia e Israel despencaram sob o antecessor de Netanyahu, Yair Lapid, que condenou publicamente Moscou devido à sua operação militar especial na Ucrânia. A Rússia respondeu na época chamando as declarações de “absolutamente desconstrutivas”.