19.5 C
Brasília
quarta-feira, 25/12/24
HomeÉ DestaqueApós derrota em decisão sobre Coaf, Moro agradece os 210 votos recebidos

Após derrota em decisão sobre Coaf, Moro agradece os 210 votos recebidos

Sob orientação do Centrão, por 228 votos contrários, o órgão voltou às estruturas da Economia

Sérgio Moro: “Faz parte do debate democrático” (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, agradeceu os 210 votos favoráveis a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na pasta. Sob orientação do Centrão, por 228 votos contrários, o órgão voltou às estruturas da Economia.

“Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o plano de fortalecimento do Coaf”, afirmou Moro logo após a derrota.

Orientaram pela volta do Coaf para a Economia: PP, MDB, PTB, PT, PL (antigo PR), PSB, PRB, PDT, DEM, SDD, PSOL, PCdoB e PSC. As lideranças da maioria, da minoria e da oposição também encaminharam a votação neste sentido.

Apesar da derrota na questão do Coaf, ontem, o governo conseguiu conter um movimento que poderia levar ao caos administrativo com a volta do número de ministérios dos atuais 22 para 29, que existiam da gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).

Votaram a favor de Moro, além do PSL, Podemos, Pros, Cidadania, Novo e PV. O líder do governo na Casa, major Vitor Hugo (PSL-GO), fez uma defesa enfática no plenário pela manutenção do órgão. Ele afirmou que o Estado precisa ser mais eficiente e coerente com as pautas que elegeram Bolsonaro.

“Tem vitórias que representam derrota, tem derrotas que representam vitória. Nós vencemos, vencemos”, afirmou o deputado Bibo Nunes (RS), vice-líder do PSL, após o resultado.

Ontem, o governo começou o dia fazendo gestos públicos ao Legislativo. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), foi ao Congresso para um “beija mão”, expressão usada para exprimir respeito, aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O encontro selou o acordo para a votação da MP 870 e serviu para tentar distensionar mais um mal-estar com o presidente da Câmara. Anteontem, Maia anunciou o rompimento das relações institucionais com o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

O presidente da Casa disse que o deputado não merece respeito depois de ter divulgado uma charge na qual uma pessoa aparece chegando ao Congresso com um saco de dinheiro na cabeça com a inscrição “diálogo”. O presidente da Câmara deixou de receber Vitor Hugo nas reuniões na residência oficial.

Onyx não quis comentar sobre o futuro de Vitor Hugo na função. O ministro disse que a relação entre Congresso e Planalto está “em fase de ajuste”.

“Estamos em uma fase de ajuste nesta relação. Estamos em uma fase de consolidação desta nova forma de se conduzir as relações entre Executivo e Legislativo”, afirmou Onyx após a reunião com os presidentes da Casa.

Alcolumbre agradeceu a deferência, mas afirmou que as divergências são naturais. “Há divergências no parlamento brasileiro? Há divergências no parlamento brasileiro. Há partidos que pensam diferentes? Há partidos que pensam diferente. O parlamento não é obrigado a ser um avalizador das matérias encaminhadas pelo governo federal. Mas nós compreendemos que o governo tem todo o direito e a legitimidade de construir sua estrutura governamental com base nesta medida provisória. E o parlamento, debruçado nesta matéria, fez e fará o quanto for necessário a reestruturação do projeto brasileiro sempre que achar necessário”, afirmou o presidente do Senado.

Mais acessados