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quarta-feira, 27/11/24
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Após prometer exoneração, Bolsonaro troca superintendente da PF no Rio

Delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual chefe do órgão em Pernambuco, será indicado como substituto de Ricardo Saadi no Rio

Jair Bolsonaro: Troca do superintendente do Rio foi antecipada por Bolsonaro, em entrevista a jornalistas, quando alegou “questão de produtividade (Adriano Machado/Reuters)

São Paulo — Personagem da crise envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi exonerado nesta sexta-feira, 30. Sua saída do cargo foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), em portaria assinada pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Pontel.

A troca do superintendente do Rio foi antecipada por Bolsonaro, em entrevista a jornalistas, no dia 15, quando alegou “questão de produtividade”. A declaração surpreendeu a cúpula da PF que, horas depois, em nota, contradisse o presidente ao afirmar que a substituição já estava planejada e não tinha “qualquer relação com desempenho”.

Na ocasião, a PF informou que o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual chefe do órgão em Pernambuco, será indicado como substituto de Saadi no Rio. A nomeação de Sousa, porém, não foi efetiva ainda.

A PF também não informa qual será o destino de Saadi. Ele negociava uma mudança para Brasília, onde fica a sede da corporação.

Bolsonaro anunciou, de surpresa, que Ricardo Saadi, seria substituído pelo chefe da PF no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, por motivos de “produtividade”.

No mesmo dia, a corporação reagiu e sinalizou que Saadi não estava saindo por esse motivo e que não aceitaria uma indicação “de cima para baixo”.

Horas depois, Bolsonaro foi obrigado a baixar o tom e aceitar a indicação do superintendente de Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira Sousa. O recuo de Bolsonaro atendeu a um pedido de Moro.

Nesta semana, o presidente disse que se não puder trocar o superintendente, irá trocar o diretor-geral, Maurício Valeixo. “Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, afirmou.

A declaração também foi recebida com críticas, uma vez que, apesar de a PF estar sob guarda-chuva do Ministério da Justiça, tradicionalmente os governantes decidem que o órgão tem autonomia.

Em entrevista à Globo News, ministro Sergio Moro quebrou o silêncio e afirmou que Maurício Valeixo, atual diretor-geral da PF, vai permanecer no cargo e que tem a sua confiança. No entanto, disse que “as coisas eventualmente podem mudar”. O ministro também afirmou que não é o “chefe da PF”.

 

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