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quinta-feira, 28/03/24
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Após surto de caxumba, visitação à Papuda será retomada nesta quarta

Ala ainda está em quarentena; foram 74 diagnósticos em uma semana. Secretaria orienta que grávidas e crianças adiem visitas para o dia 24

Detentos de dois centros do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, poderão receber visitas novamente a partir desta quarta-feira (17), com o fim da interdição causada por um surto de caxumba no início do mês. A doença foi identificada em 69 internos do Centro de Detenção Provisória (CDP) e em cinco pessoas no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), incluindo uma servidora.

Desde a primeira semana de fevereiro, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) diz que não houve novos casos. Mesmo assim, a ala B do bloco 1 do CDP segue interditada até a próxima sexta-feira (19). Segundo a Sesipe, esse trecho deve voltar a receber visitas a partir do dia 24.

A visitação de familiares, advogados, oficiais de Justiça e policiais não aconteceu na quarta-feira passada (15), quando os dois centros estavam em quarentena. Como ainda há uma ala sob isolamento, a Sesipe recomenda que grávidas, crianças e pessoas com baixa imunidade aguardem até a próxima semana para entrar na Papuda.

Na área que permanece isolada, os banhos de sol são feitos em horário separado e as visitas são proibidas. A administração da Papuda garante que separou detentos saudáveis e infectados pelo vírus, e diz ter vacinado todos os internos e servidores das unidades afetadas. Até o fim do mês, a vacinação deve se estender aos outros prédios do sistema penitenciário.

Segundo a Sesipe, todas as unidades têm salas de “seguro”, que são ocupadas apenas em ocasiões especiais – quando há rebelião ou briga entre internos, ou quando o presídio recebe alguém famoso, por exemplo. Elas não têm detentos permanentes e, por isso, foram usadas para separar os pacientes de caxumba dos outros presos.

A caxumba é uma doença provocada por um vírus da família paramyxovirus, caracterizada principalmente pelo inchaço das glândulas que produzem saliva que ficam nas laterais do pescoço, abaixo da mandíbula.

A Papuda tem 14 mil detentos e abriga cinco dos seis presídios do DF: Feminino, Penitenciárias I e II, Centro de Detenção Provisória e Centro de Internação e Reeducação. Entre os presidiários estão o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-deputado Natan Donadon.

Complexo da Papuda, em Brasília (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Complexo da Papuda, em Brasília (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Outros procedimentos
Além da vacinação e da suspensão de visitas, outras medidas de controle e prevenção foram tomadas. Internos que apresentam sintomas da doença não poderão circular fora dos centros por um período de 30 dias.

Todos os servidores da segurança lotados no Complexo Penitenciário da Papuda serão vacinados. A medida se estende a agentes de escoltas de todo o Sistema Penitenciário do DF. No CDP e no CIR, todos os servidores já tinham sido vacinados até esta terça (16), segundo a administração.

Os detentos que chegam ao complexo, trazidos da Divisão de Controle e Custódia de Presos da Polícia Civil, passarão por acolhimento, triagem e, caso não se identifiquem sintomas, serão encaminhados para o CDP, excluindo o Bloco I, que não receberá novos detentos. Caso algum novo interno tenha a doença identificada na triagem, será encaminhado para as alas onde há o isolamento.

Ainda de acordo com as pastas, familiares, advogados e servidores devem ser instruídos sobre os sintomas da caxumba e o atendimento nas unidades de saúde do DF. Os agentes de segurança também deverão comunicar aos responsáveis no Complexo da Papuda caso haja indícios da doença neles ou em pessoas próximas.

Houve um caso isolado da doença no Centro de Progressão Penitenciária, no SIA. A Secretaria de Justiça disse que o interno infectado não foi transferido recentemente da Papuda. Não há casos em outros presídios do Distrito Federal.

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