Washington pode aconselhar as empresas ocidentais a romperem ou limitarem os laços econômicos com a Turquia em caso de fortalecimento das relações e da “parceira econômica formal” entre Moscou e Ancara, comunica a edição Politico, referindo-se a um funcionário norte-americano que se expressou sob anonimato.
Acreditamos que a Turquia deve se tornar uma direção global para o fluxo de negócios e capitais, mas relações mais próximas com a Rússia criariam riscos reais para a integração da Turquia com o resto do mundo”, cita o jornal as palavras do funcionário.
Conforme o Politico, caso o Ocidente consiga provar que a Turquia “evita as sanções”, Washington pode “ir mais longe e desligar a Turquia do dólar” através de sanções secunárias.
A edição supõe que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan entende que não deve “ultrapassar os limites” na cooperação com a Rússia. Segundo um funcionário turco entrevistado pelo Politico, Ancara compreende os riscos das “sanções secundárias”, mas opina que certos países, incluindo os EUA, “caem em exageros”.
“Se as empresas turcas sofrerem, nós reagiremos, e isso será contraproducente”, disse o funcionário turco.
Politico salienta que os países ocidentais estão pressionando Ancara para não fornecer ajuda a Moscou. Conforme Peter Stano, representante oficial da UE para as Relações Exteriores, a Turquia não deve “propor à Rússia soluções” para contornar as sanções, salientando que a União Europeia “continua vigiando com atenção a situação em questão”.
Anteriormente, o ministro da Energia e dos Recursos Naturais turco Fatih Donmez afirmou que a Turquia não se juntaria às sanções contra a Rússia no campo energético, já que Ancara e Moscou estão ligadas por um contrato sobre fornecimento de gás que está em vigor.