Do grupo detido na última terça, apenas Maruska Lima não será transferida porque DPE não tem ala feminina. Justiça prorrogou prisão temporária dos dez suspeitos até 2 de junho.
Os ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz e o ex-vice Tadeu Filippelli foram transferidos para o Departamento de Polícia Especializada neste sábado (27). Além deles, outros dos sete presos detidos na última terça-feira (23) por suspeitas de fraude na reforma do Estádio Nacional de Brasília também saíram da Superintendência da PF e foram para a DPE.
Apenas a ex-presidente da Terracap Maruska Lima continuará na carceragem da Polícia Federal no aeroporto porque a DPE não tem ala feminina. Os advogados dos detidos tinham pedido a transferência por falta de espaço na superintendência e a Vara de Execuções Penais autorizou o deslocamento.
A partir de agora os presos poderão ter banho de sol, na superintendência não havia espaço, nem policiais para acompanhar os detidos na caminhada. As celas na DPE também são maiores. Arruda, Agnelo e Filippelli continuarão juntos, mas agora eles ocupam uma cela especial com capacidade para até nove presos.
De acordo com as informações da Polícia Civil do DF, os nove detidos estão divididos em duas celas com banheiro e têm direito a duas horas de banho de sol por dia e três refeições diárias. A ducha, porém, continua sendo fria, como na Superintendência da PF.
Nesta sexta-feira (26), a decisão do Tribunal Regional Federal de prorrogar o pedido de prisão temporária usou como argumento a necessidade de continuação das investigações e a documentação encontrada nas buscas e apreensões da Polícia Federal. O grupo deve permanecer na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília até a próxima sexta (2).
Segundo o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, além das supostas ‘tabelas de propina’, também foram encontradas agendas com marcação de encontro entre os investigados o que pode demonstrar o vínculo entre eles e, cheques de altos valores, dinheiro em espécie e celulares e outras mídias que contém informações associadas ao caso.
Para a Polícia Federal, a liberação dos detidos poderia prejudicar a “delimitação da autoria e materialidade da organização criminosa apontada”. Na decisão, Oliveira argumentou que as investigações não seriam limitadas ao cumprimento de buscas e apreensões, mas que nos próximos dias poderiam haver novos indícios de outros envolvidos.
Procurados, o advogado de Agnelo disse que irá aguardar a decisão do juiz. As defesas de Maruska Lima, Nilson Martorelli e Fernando Queiroz informaram que não iriam se pronunciar e até a publicação desta reportagem não conseguimos contato com os advogados de Arruda e Filippelli. Para TV Globo, a última informação dos advogados é que iriam recorrer ao pedido de prisão.