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terça-feira, 24/12/24
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Astrofísicos ouvem sons das estrelas mais antigas da Via Láctea

A descoberta abre a porta para o uso da sismologia estelar no estudo da história mais recente de nossa galáxia

"Da mesma forma que os arqueólogos podem revelar o passado escavando na terra, nós podemos usar o som do interior das estrelas para realizar arqueologia galáctica", afirma o professor Bill Chaplin, da Universidade de Birmingham (ESO/Divulgação)
“Da mesma forma que os arqueólogos podem revelar o passado escavando na terra, nós podemos usar o som do interior das estrelas para realizar arqueologia galáctica”, afirma o professor Bill Chaplin, da Universidade de Birmingham (ESO/Divulgação)

Astrofísicos da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, conseguiram registrar os sons de algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea. De acordo com o estudo, publicado na última segunda-feira (6) no periódico especializado Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a descoberta abre a porta para o uso da sismologia estelar no estudo da história mais recente de nossa galáxia.

“Da mesma forma que os arqueólogos podem revelar o passado escavando na terra, nós podemos usar o som do interior das estrelas para realizar arqueologia galáctica”, comparou o professor Bill Chaplin, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Birmingham.

De acordo com a equipe de pesquisadores, foram detectadas oscilações acústicas ressonantes em estrelas de M4 (um dos acúmulos de estrelas mais antigos conhecidos da Via Láctea, com idade calculada em 13 bilhões de anos). Graças aos dados da missão K2 da Nasa, iniciada em 2014, os especialistas estudaram as oscilações ressonantes das estrelas utilizando uma técnica chamada asterossismologia (ou sismologia estelar).

Asterossismologia – A técnica estuda as ressonâncias naturais da estrela – essas variações criam minúsculas mudanças ou pulsações em seu brilho, causados pelo som “preso” dentro das estrelas. Medindo os tons dessa “música estelar” é possível determinar a massa e a idade do astro.

A diretora do estudo, Andrea Miglio, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Birmingham, confirmou o entusiasmo da equipe por ser “capaz de escutar algumas das relíquias estelares de Universo”, segundo um comunicado da instituição. “As estrelas estudadas constituem fósseis viventes da época em que se formou nossa galáxia. Esperamos agora poder revelar os segredos de como as galáxias em espiral, como a nossa, se formaram e evoluíram”, acrescentou Miglio.

Outro dos autores do estudo, Guy Davies, afirmou que esta conquista proporcionou a prova de que a “asterossismologia pode dar as idades precisas das estrelas mais idosas da galáxia”.

(Com EFE)

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