20.5 C
Brasília
quarta-feira, 25/12/24
HomeBrasíliaAstrônomos estão perto de encontrar novo planeta no sistema solar

Astrônomos estão perto de encontrar novo planeta no sistema solar

Cientistas franceses traçaram direções precisas para que os telescópios consigam visualizar o que seria o nono componente do sistema solar. O “planeta Nove” deve estar entre 32 bilhões a 160 bilhões de quilômetros de distância da Terra

Os astrônomos franceses conseguiram traçar direções precisas para que os telescópios consigam visualizar o que seria o nono planeta do sistema solar. Usando dados da sonda Cassini, que orbita Saturno desde 2004, os pesquisadores elaboraram os cálculos matemáticos de cientistas americanos, que indicaram a presença do novo planeta, e deram um passo além, definindo as áreas específicas para onde os telescópios devem ser apontados para enxergá-lo. De acordo com o estudo publicado na última edição da revista científica Astronomy and Astrophysics, se o novo planeta existir, agora ele poderá ser visto.

“Tendo em vista o que sabemos sobre os movimentos dos planetas do sistema solar, nossos trabalhos nos permitem dizer que é possível que esse nono planeta exista, mas não em qualquer lugar”, disse Jacques Laskar, astrônomo do Observatório de Paris, à AFP.

 

Descoberta – Em 20 de janeiro, Konstantin Batygin e Mike Brown do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) anunciaram que um novo planeta, muito grande e muito distante, poderia existir em nosso sistema solar. Os especialistas se apoiaram em modelos matemáticos e simulações computacionais para identificar a existência do planeta Nove.

“Podíamos ficar quietos e passar os próximos cinco anos procurando nós mesmos pelos céus, esperando achar o planeta Nove. Mas eu gostaria que alguém o encontrasse mais cedo”, disse Mike Brown na ocasião da descoberta. “Eu quero vê-lo. Quero ver como ele se parece. Quero entender onde ele está, e eu acho que isso vai ajudar.”

Dotado de uma massa de cerca de dez vezes a da Terra, este planeta se encontraria numa órbita vinte vezes mais distante do que a de Netuno e levaria entre 10.000 e 20.000 anos para completar sua volta em torno do Sol. A principal dificuldade dos americanos de identificar o local foi a distância: estima-se que o “nono planeta” esteja de 32 bilhões a 160 bilhões de quilômetros de distância da Terra. Além disso, por estar mais longe do Sol, sua visibilidade é menor.

Novidades – Os pesquisadores franceses tiveram a ideia de acrescentar este nono planeta, ainda virtual, aos modelos de estudo do sistema solar. “Fizemos a suposição da existência de um planeta na órbita proposta pelos americanos e olhamos a influência que ele teria sobre os outros planetas”, explica Laskar. Assim, os cientistas conseguiram calcular qual a influência que o nono planeta exerceria no movimento de outros planetas em razão da atração gravitacional entre os corpos celestes.

Após observar o comportamento dos planetas, Laskar e sua equipe utilizaram um método de exclusão. Eles identificaram duas zonas em que o planeta Nove não poderia existir, pois seus efeitos seriam incompatíveis com os dados da sonda Cassini. Ao utilizar este método, a equipe conseguiu excluir 50% das áreas estudadas. “Nós dividimos o trabalho por dois”. Antes da pesquisa, a comunidade científica não sabia para onde mirar.

Os pesquisadores trabalharam sobre dados obtidos pela missão Cassini até 2014. “Estes resultados poderiam ser melhorados se o trabalho da sonda fosse prolongad até 2020”, afirma Laskar. Por enquanto, está previsto que a sona Cassini, fabricada pela Nasa em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA), termina sua missão em 2017.

“Isso vai levar tempo, talvez cinco anos, pois é preciso comparar as imagens do céu espaçadas de um a vários anos para confirmar que o objeto está na órbita prevista” pelos cientistas americanos, afirmou Francis Rocard, responsável pelos programas de exploração do sistema solar na agência espacial francesa CNES

(Com AFP)

Mais acessados