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Ataque de míssil russo mata mais de 50 na Ucrânia

Foto: OLEH SYNIEHUBOV/REUTERS

Bombardeio contra vilarejo de Hroza, no nordeste do país, é um dos mais letais perpetrados pela Rússia contra civis desde o início da invasão.

Um ataque com mísseis das forças russas contra uma mercearia e um café no vilarejo de Hroza, no nordeste da Ucrânia, matou pelo menos 51 civis nesta quinta-feira (05/10). Segundo o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, uma da vítimas é uma criança de seis anos. Outras seis pessoas teriam ficado feridas.

As autoridades ucranianas divulgaram imagens de bombeiros em busca de vítimas do massacre nos escombros de edifícios desabados. Hroza fica no distrito de Kupiansk, na província de Kharkiv.

O ataque foi um dos mais letais perpetrados pela Rússia contra civis ucranianos desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

ONU condena provável crime de guerra

As Nações Unidas condenaram o bombardeio contra civis. “Estou chocada com os relatos de um ataque russo que, há pouco, destruiu a aldeia de Hroza, na região de Kharkiv, matando dezenas de civis. As imagens que chegam da localidade de pouco mais de 300 habitantes são absolutamente horríveis”, disse a coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Denise Brown, em nota.

Brown lamentou, em nome da ONU e da comunidade humanitária, que o povo ucraniano tenha tido de “testemunhar hoje, mais uma vez, outra consequência bárbara da invasão russa”. Ela assinalou que dirigir um ataque contra civis ou objetos civis constitui crime de guerra, assim como lançar intencionalmente um ataque com potencial desproporcionado.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, classificou o bombardeio como mais uma “atrocidade” russa que pode constituir crime de guerra: “Os ataques intencionais contra civis são crimes de guerra. Com o bombardeio sangrento contra civis em Hroza, Kupiansk, as atrocidades russas alcançam outro nível sombrio. A Rússia prova mais uma vez que não tem intenção de abrandar o seu terror contra o povo ucraniano”, escreveu Borrell na plataforma X (antigo Twitter).

Zelenski pede mais defesa aérea

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que participa de um encontro com líderes europeus na Espanha, classificou o ataque como um “crime russo comprovadamente brutal” e “um ato de terrorismo completamente deliberado”.

Ele instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer sistemas de defesa aérea à Ucrânia: “Agora estamos falando com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas.”

“O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros”, disse Zelenski, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.

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