Presidente da Câmara ressaltou que tem trabalhado com a equipe econômica para discutir uma pauta de projetos microeconômicos
Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 6, que a base aliada está desorganizada em razão de uma “desarticulação grande” do governo do presidente Michel Temer (MDB).
Pré-candidato ao Palácio do Planalto, Maia disse que ele e os líderes partidários, e não a Secretaria de Governo, têm negociado diretamente com a equipe econômica a votação de uma agenda microeconômica para ser votada ainda este ano na Casa.
“Se a agenda da Câmara está atrasada, é porque, de fato, há uma desarticulação grande do governo com sua própria base”, declarou Maia em sabatina promovida pelo jornal Correio Braziliense. “A base está desorganizada, o governo está desarticulado”, reforçou.
O presidente da Câmara ressaltou que tem trabalhado, “de forma semanal”, com a equipe econômica para discutir uma pauta de projetos microeconômicos para tentar colaborar com a recuperação do PIB no segundo semestre. “Nada está sendo feito de forma isolada. Não tem nenhuma agenda que vá ao encontro de nenhuma irresponsabilidade”, declarou.
Maia prometeu apresentar, em até três semanas, relatório do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. A ideia, disse, é votar a matéria pelo menos na comissão especial. Enquanto durar a intervenção federal na área de segurança no Rio, PECs não podem ser votadas no plenário da Câmara e do Senado nem promulgadas.
Intervenção
Rodrigo Maia afirmou, ainda, que a intervenção federal na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro foi feita sem diagnóstico claro, planejamento e orçamento. O parlamentar fluminense, contudo, previu que, até o final do ano, a situação vai melhorar.
“A intervenção acabou sendo necessária pela desarticulação do Estado do Rio. Acredito que ela tenha sido feita sem diagnóstico claro, sem planejamento e sem orçamento”, afirmou na sabatina. Ele lembrou que a intervenção foi decretada em fevereiro, mas somente há duas semanas o orçamento para a ação foi aprovado no Congresso.
Apesar das críticas, o presidente da Câmara afirmou que a intervenção deve trazer avanços. Um dos principais, avaliou, deve ser a integração das forças de segurança federais e estaduais. “De agora até o final do ano vai melhorar. Ainda aposto, pela qualidade do interventor, por estar com a estrutura administrativa montada, que ele vai ter condições”, declarou Maia.