O menino que nasceu com microcefalia na Santa Casa de Olímpia (SP) recebeu alta no início da noite desta terça-feira (15). A criança ficou internada por 12 dias no hospital e durante a internação teve pneumonia, mas passou por tratamento para combater os sintomas.
A criança passou por exames de sangue na segunda-feira (7) para verificar se o caso dela tem relação com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O bebê nasceu na tarde de sexta-feira (4) com 28 centímetros de circunferência de crânio, sendo que o normal é de 33 centímetros. A microcefalia só foi identificada na criança depois do nascimento.
A mãe do menino, de 20 anos, recebeu alta logo após o parto, mas permaneceu no quarto com o filho durante todo o tempo em que ele esteve internado na Santa Casa da cidade.A mãe veio de Ribeirão, cidade que fica 80 quilômetros de Recife (PE), há cerca de cinco meses, grávida.
O que chama a atenção das autoridades locais é que estado de Pernambuco foi o que mais registrou casos de microcefalia no país relacionados com o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da chicungunya e da dengue.
De acordo com profissionais de saúde, o zika vírus não circula na região, mas o mosquito Aedes aegypti sim e, por isso, o caso recebeu cuidado especial da área da saúde no município.
Segundo a diretora da Vigilância em Saúde de Olímpia, Maria Carolina Mirandola, além do exame para checagem da relação com o zika vírus, o município vai analisar se outras doenças podem ter provocado a microcefalia. “As sorologias foram coletadas e faremos o isolamento viral para dengue, chikungunya e zika, além de toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus e parvovirose”, afirma a diretora.
A Prefeitura de Olímpia, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o caso de microcefalia registrado na cidade está sendo monitorado pela Vigilância Epidemiológica. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa que, no início deste ano, foram confirmados apenas dois casos autóctones (com transmissão local) do vírus zika no Estado de São Paulo, especificamente nos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de Campinas e São José do Rio Preto (SP), porém os pacientes já foram curados e o vírus não circula dentro do Estado.
Anualmente, segundo a Secretaria, o Estado registra cerca de 40 casos de microcefalia, sem relação com o vírus zika. “Não há surto de microcefalia em São Paulo, no momento. Havendo qualquer suspeita ou aumento inesperado de casos, a Secretaria irá notificar imediatamente o Ministério da Saúde e comunicar a população”, informa a nota.
O Ministério da Saúde informa que casos suspeitos de microcefalia devem ser notificados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Além disso, o Ministério da Saúde diz que enviou às secretarias estaduais e municipais orientação para que seja feito o registro em uma ficha específica, adotada de maneira excepcional, que traz mais detalhes dos casos que serão investigados.