Aluno de Sorocaba já tem duas medalhas de ouro na olimpíada brasileira. Estudante disputa segunda fase da edição 2015: ‘Quero outra’, diz.
Um estudante de uma escola da rede municipal de Sorocaba (SP) foi premiado pela terceira vez na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Nathan Oliveira Carvalho da Silva, de 14 anos, já conquistou uma medalha de prata e duas de ouro por seu desempenho na competição. No dia 15 de agosto, o estudante viajou para a capital paulista participar de uma homenagem e recebeu mais uma medalha por ter se destacado na Obmep.
Filho do casal Nilton César de Jesus Oliveira e Neusa Maria de Jesus Oliveira, Nathan conta que o gosto pelos números foi incentivado desde os seis anos de idade, pelo avô paterno Norberto. “Quando eu era pequeno, ele comprou um jogo de peças com números e contas. Ele brincava muito comigo e me ensinou a calcular”, conta.
Nathan lembra que o avô, que cresceu na área rural e cursou apenas até a 4ª série, foi quem ensinou a ele o básico. “Ele me ensinou até onde sabia. Como eu ficava na casa dele, mostrava as contas básicas de matemática, antes mesmo de eu aprender isso na escola.”
A primeira medalha conquistada pelo jovem foi a de prata, aos 11 anos, quando cursava o 6° ano. Outras duas, desta vez de ouro, vieram em 2013 e 2014. Para 2015, a expectativa para a segunda fase é grande. “Já fiz a primeira fase e fui aprovado. Agora estou estudando bastante para a segunda. Quero ganhar outra medalha”, diz.
Apesar da afinidade com a disciplina, Nathan ainda não decidiu o que irá cursar na faculdade. “A certeza que tenho é que gosto da área de exatas”, diz o bicampeão. E para quem quer melhorar o desempenho na prova, Nathan dá dicas. “Sempre estudar as provas que estão disponíveis no site. Dedicar-se na escola e tirar dúvidas com os professores”.
Rotina
Todos os dias, quando chega da escola, Nathan revisa os conteúdos e busca informações na internet para estudar. Em casa, o bom domínio do filho com a matemática ajuda no dia-a-dia da família. “Quando nós temos um pouco de dificuldade, ele é quem nos socorre”, diz Nilton. A mãe espera que o estudante siga o caminho. “Tomara que ele consiga seguir em frente nesse objetivo de sempre estar estudando matemática e ganhando mais medalhas”, orgulha-se Neusa.
O jovem estuda desde pequeno em escola municipal e conta que tem facilidade principalmente com aritmética e álgebra, mas não gosta de geometria. A professora de matemática Miriam de Carvalho ministra aulas para Nathan desde o 6° ano. O tempo juntos, segundo Nathan, é um fator que ajudou a colher bons resultados. “Ajudou bastante ter ela como professora há bastante tempo porque ela já me conhece e sabe as dificuldades apresentadas”, diz.
Além disso, outros alunos também têm alcançado boas pontuações. A professora Miriam, que leciona matemática há mais de 30 anos, se sente realizada ao ver estudantes como Nathan tomando gosto pelos números. “É gratificante. Eu fico emocionada, eu gosto porque estão gostando de uma matéria que eu gosto. Então acho o máximo”, comenta.
Olimpíada de Matemática
A Obmep é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e tem como objetivo estimular o estudo da matemática e revelar talentos na área. Pela competição é oferecido o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), destinado aos alunos medalhistas da Obmep e realizado por meio de uma rede nacional de professores em polos espalhados pelo país, e também no fórum virtual. Tem como objetivos despertar nos alunos o gosto pela matemática e pela ciência em geral, além de motivá-los na escolha profissional pelas carreiras científicas e tecnológicas.