Presidente afirmou que fará escolha ‘no limite’ do prazo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a indicar na segunda-feira que o ex-ministro Walter Braga Netto será o seu vice na campanha à reeleição, mas deixou em aberto a possibilidade de escolher outro nome. Bolsonaro afirmou que Braga Netto é um nome “palatável”, mas reconheceu que alguns defendem a também ex-ministra Tereza Cristina, descrita por ele como “excelente”.
— É um nome que é palatável, é um nome de consenso, que sabe conversar com o Parlamento. É um colega meu da Academia Militar, um ano mais novo que eu. Ele pode ser o vice. Ele, sim. Pode ser. Alguns querem a Tereza Cristina, um excelente nome também. Mas isso vai ser definido mais tarde — disse Bolsonaro, em entrevista no Palácio do Planalto.
Questionado sobre a defesa que alguns aliados fazem da escolha de uma mulher para a vaga, o presidente disse que isso não interessa e que o importante é alguém que “ajude a governar”.
— Não é mulher, homem, cor de pele, opção sexual. É uma pessoa que te ajude a governar o Brasil. Não interessa se vai ser mulher ou não.
Bolsonaro conversou com a imprensa após cumprimentar apoiadores no pé da rampa do Planalto. Braga Netto estava acompanhando o presidente e também conversou e tirou foto com apoiadores.
O ex-ministro Braga Netto cumprimenta apoiadores no Palácio do Planalto — Foto: Daniel Gullino/Agência O Globo
Bolsonaro afirmou que quanto mais tarde a escolha for feita, melhor, para evitar que o escolhido seja alvo de questionamentos.
— No limite… Quanto mais tarde melhor. Porque essa pessoa que, a princípio, deve ser a vice está também se adaptando… Porque se eu falo que é o João, você hoje vai para cima do João e pode ser que ele não esteja preparado para responder as perguntas que vocês merecem.
Braga Netto deixou o Ministério da Defesa no dia 31 de março, já que ministros precisam sair do cargo até seis meses antes da eleição para poderem disputar o pleito. Ele passou a ser, no entanto, assessor especial da Presidência, um cargo que o permite ficar mais tempo no governo — ele terá que se afastar agora até o início de julho.
Ex-titular da Agricultura, Tereza Cristina, por sua vez, também deixou o ministério no fim de março, mas pretende concorrer ao Senado pelo Mato Grosso do Sul.