A maior queixa é sobre por conta da dificuldade em estacionar nos arredores da Esplanada dos Ministérios. Interdições no trânsito e grades de segurança são medidas da Secretaria de Segurança para manifestações contra e pró-Lula
O dia D para a votação do pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou com estresse na capital federal. Por conta do bloqueio na Esplanada, os brasilienses estão enfrentando longos congestionamentos e atrasando para os seus compromissos. É o caso da servidora pública Helenice Castro, 61 anos. Ela afirmou que o dia começou “horrível” diante do Eixo Monumental fechado.
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Helenice saiu às 7h da manhã de Sobradinho e chegou cerca de 10h na Esplanada. “Na descida do Colorado é normal que tenha trânsito, mas chegando aqui perto do centro, todas as ruas estavam cheias ao redor. É uma situação indigna”, criticou.
Os maiores pontos de concentração de veículos estão nos Anexos, onde as pessoas tentam chegar próximo aos ministérios. Também há bastante dificuldade para encontrar vagas, enchendo as áreas ao arredores, como o Setor de Autarquias Sul.
Helenice trabalha no Ministério da Saúde, perto do Itamaraty e do Congresso Nacional. Ela foi de carona com o marido até próximo o Setor de Autarquias Sul e, de lá, vai andar até o órgão. “Vai ser preciso andar muito, infelizmente. Nós não podemos deixar de trabalhar, mas é uma dificuldade enorme”, afirmou a servidora.
As vias S1 e N1, no Eixo Monumental, estão fechadas desde ameia-noite de quarta-feira (4/4). Os órgãos de segurança pública farão a divisão do público no canteiro central da Esplanada, desde a altura da Catedral até o limite com a Alameda dos Estados. É possível ver muita viatura da Polícia Militar e do Batalhão de Choque. Por enquanto, não há mobilização de manifestação.
Pouca movimentação na Esplanada
Até por volta de 13h, era pouca a movimentação na área central de Brasília, onde alguns carros de sons e manifestantes se organizavam na Esplanada. O professor Henísio Pires Gonçalves, 44 anos, que se manifesta contra o habeas corpus de Lula, alegou que não tem nada contra o partido, mas tem receio de que o julgamento crie precedentes para a impunidade. “A lei precisa ser respeitada e se não há um movimento dos Poderes nessa direção, a sociedade precisa se manifestar. A lei vale para todos”, disse.
Julgamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso vai decidir se ele pode ser preso após ser condenado em segunda instância. Haverá protestos pró e contra o petista. Por isso, o gramado da Esplanada está dividido para cada grupo de manifestantes.
Apesar dos transtornos da manhã, Helenice é a favor da manifestação e acredita que o STF terá que dar “exemplo” e fazer Justiça. “Não estou aqui para julgar o Lula, mas a decisão pode deixar o país fadado à impunidade. Serão obrigados a permitir que ninguém vá preso após a condenação em segunda instância. É preciso dar exemplo”, avalia.