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sexta-feira, 22/11/24
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Brasilienses sentem impacto do primeiro dia de greve dos metroviários

Durante a volta para casa, os brasilienses tiveram que encarar ônibus lotados e, em alguns pontos, até o transporte pirata, como aconteceu em Taguatinga

O impacto do primeiro dia de paralisação dos metroviários foi crescente ao longo do dia. Pela manhã, 15 trens fizeram o transporte dos usuários tranquilamente. Entretanto, exatamente às 14h, todas as estações foram fechadas, e o serviço completamente paralisado para garantir a segurança de todos, segundo a própria Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF). Portanto, durante a volta para casa, os brasilienses tiveram que encarar ônibus lotados e, em alguns pontos, até o transporte pirata, como aconteceu em Taguatinga.

Para piorar, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) afirmou, no início da tarde, que não haveria nenhum esquema especial para as faixas exclusivas. Ao contrário do departamento, o Transporte Urbano do DF (DFTrans) informou que foram disponibilizados 48 ônibus extras para diminuir os prejuízos. O reforço vai permanecer até que o metrô retome as atividades e poderá sofrer ajustes de acordo com a demanda.

Ainda assim, no fim do expediente, muitos usuários reclamaram da situação e foram pegos de surpresa, como na Estação Central, na Rodoviária do Plano Piloto, que estava com todos os portões trancados. Foi o caso do bancário Francisco Sarmento, 45 anos, que, pela manhã, conseguiu ir de metrô para o trabalho, mas teve que voltar de ônibus. Morador de Ceilândia, ele ressalta o transtorno causado pela paralisação. “O metrô é mais seguro e rápido. Hoje (ontem), não sei que horas vou chegar em casa. Se eu soubesse que todos os trens iam parar no fim do dia, teria vindo de carro”, lamentou.

Também morador de Ceilândia, o administrador de rede Sérgio Ricardo Cruz, 26 anos, afirmou que o cenário é desanimador. “Gastei uma hora e 20 minutos para vir ao trabalho mais cedo. Agora, vou perder, no mínimo, três horas no ônibus”, completou.

Prejuízo

Já a auxiliar administrativa Karen França, 19, ressalta o direito de greve da categoria, mas considera injusto a população ter que pagar pela insatisfação dos metroviários. Moradora de Taguatinga, ela utiliza o transporte todos os dias para chegar ao Plano Piloto.

“O metrô facilita muito a minha vida, pois me deixa na porta de casa em 40 minutos. Sou contra a completa paralisação dos serviços. O ideal era que o mínimo estive funcionando. Todo mundo precisa trabalhar e estudar, ninguém pode parar a rotina ou chegar atrasado por causa da greve “, afirmou.

Mesmo com a interrupção do transporte, até o início da noite, não havia confusão na Rodoviária do Plano Piloto e também nas estações da Asa Sul.

Determinação vale para os próximos dias

Garantir a segurança do sistema e dos passageiros. Essa foi a explicação do presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, para fechar todas as estações às 14h de ontem. Ele informou que o último trem circulou até as 15h.

“Era um risco permitir que apenas oito trens fizessem o transporte no horário de pico. Pela manhã, o fluxo é menor. Normalmente, o intervalo entre os trens é de três a cinco minutos, mas, com a greve, as pessoas teriam que esperar, no mínimo, 30 minutos”, disse, ressaltando que o metrô atende entre 160 mil a 180 mil usuários por dia. Ele garantiu que a decisão vale para os próximos dias de greve.

Conciliação

Hoje, está marcada audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) entre o Metrô-DF e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindMetrô-DF).

Vale lembrar que o TRT-10 negou liminar do Metrô-DF para que, durante a paralisação, fosse mantida em circulação 80% da frota no horário de pico. Segundo informações do tribunal, o sindicato concordou em manter o percentual mínimo de 30% do seu contingente em atividade – o que não foi suficiente para a companhia.

Só o essencial

Os servidores da  CEB  vão se juntar à greve a partir de segunda.  Além de pleitear aumento de 10,5% (somada inflação a 1,5% de ganho real), eles   protestam contra a proposta  de retirar benefícios do acordo coletivo, como  auxílio-creche.  Serão mantidos   serviços essenciais, como manutenções de urgência, e suspensas  novas ligações de energia e ações preventivas.

Saiba mais

Segundo o DFTrans, a empresa São José  disponibilizou 14 ônibus extras para atender aos passageiros de Taguatinga e de Ceilândia. A Urbi também colocou 14 coletivos para auxiliar os usuários de Samambaia. Já a Marechal liberou 20 ônibus a mais para atender Guará, Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia.

JBr

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