Um dos maiores eventos de tecnologia voltados para o mercado brasileiro vai discutir, entre outros temas, o empreendedorismo digital em tempos de quarentena
A pandemia do coronavírus mudou a forma como os negócios estão sendo conduzidos em 2020. E um exemplo será que pela primeira vez o evento Brazil at Silicon Valley será realizado em formato digital.
Antes realizada durante dois dias no Vale do Silício, nos Estados Unidos, um dos principais polos tecnológicos do planeta e que concentra diversas empresas de tecnologia, o evento precisou ter seu formato reajustado para não ter sua edição deste ano cancelada por conta dos problemas de contágio da covid-19.
A transmissão ao vivo ocorrerá por streaming e será ministrada em cinco datas diferentes, sempre às quartas-feiras, às 18h. A primeira edição, “Unicórnios Brasileiros: Caminhando para uma nova economia”, ocorre nesta hoje (6) terá a participação de Cesar Carvalho, fundador do Gympass; David Vélez, fundador da Nubank; Fabrício Bloisi, CEO do iFood; além de Vitor Lazarte, CEO e cofundador da Wildlife.
Serão debatidos os impactos nos negócios por conta do coronavírus, principalmente porque são operações completamente diferentes. “O iFood teve um aumento na demanda, enquanto a Gympass precisou se reinventar porque as academias estão fechadas”, afirma Bruno Bueno, co-presidente da BSV Digital. “Mas também será abordado como essas empresas se tornaram unicórnios.”
Entre outros convidados do evento estão executivos como Sal Khan, fundador da Khan Academy; Carlos Brito, CEO da Anheuser-Busch InBev; Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza; Chamath Palihapitiya, fundador da Social Capital; Dara Khosrowshahi, CEO da Uber; além de nomes como Luciano Huck e Jorge Paulo Lemann.
Desta vez o evento não contará com um importante elemento que é a possibilidade de que empreendedores possam se encontrar pessoalmente e fazerem negócios, principalmente na busca de investimentos para startups. “Infelizmente esta experiência um a um não existirá. Mas a exposição de ideias, que é muito importante, vai continuar”, diz Bueno.
Futuro incerto
Para Bueno, o mercado está passando por uma transformação por conta do coronavírus. E isso poderá ser positivo, desde que até certo ponto. “Tudo depende de quanto tempo vai demorar para sair da crise. Se sair em julho, com algumas pessoas falam, será um trimestre perdido e com resultados muito baixos”, diz Bueno. “Se perdurar até o ano que vem, só as mais estruturadas vão conseguir parecer.”
Questionado sobre se a crise política enfrentada pelo governo de Jair Bolsonaro pode afetar o desenvolvimento de startups no Brasil, Bueno acredita que o empreendedor brasileiro já estaria calejado por conta de outras situações semelhantes vividas nos últimos anos. “Os problemas da sociedade vão continuar existindo com ou sem crise política”, diz Bueno. “O papel do empreendedor é capturar esses problemas, solucionar e gerar lucro em cima disso.”