De passagem pelo Brasil, homem mais rico do mundo se encontrou com 40 alunos do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), deu dicas de carreira e destacou tendências na área
A passagem relâmpago de Elon Musk, considerado o homem mais rico do mundo, pelo Brasil foi destaque nesta sexta-feira, 20. Em encontro com o presidente Jair Bolsonaro, o fundador da Tesla definiu detalhes sobre o acordo que levará a internet dos satélites da Starlink, sua empresa de telecomunicações, à Amazônia e também trará conectividade a escolas em áreas rurais.
Na cidade de Porto Feliz (SP), onde ocorreu o encontro, Elon Musk também encontrou alguns nomes do empresariado brasileiro, entre eles André Esteves, presidente do Conselho do banco BTG Pactual (BPAC11)
O empresário ainda dispensou uma parte de seu tempo para responder a perguntas de jovens estudantes da área de tecnologia. Cerca de 40 alunos do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), faculdade de tecnologia fundada por sócios do BTG Pactual — entre eles Esteves e Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual —, estiveram presentes e fizeram perguntas ao bilionário, que falou sobre tendências em tecnologia, desafios da próxima geração e motivação empreendedora.
“Uma oportunidade que só acontece uma vez na vida”, diz Kathlyn Diwan, de 17 anos. A estudante foi uma das três universitárias selecionadas para fazer perguntas ao CEO da Tesla. Diwan questionou Musk sobre os segredos para se manter motivado e, consequentemente, motivar grandes equipes.
Motivação relacionada a propósito
Musk respondeu que motivação está relacionada a propósito. Para ele, o primeiro passo é entender a razão que ocasiona um esforço em prol de determinado projeto. A conclusão é de que se há um propósito real e capaz de influenciar positivamente e ser útil à sociedade, a motivação é parte do processo. “Tentem ser úteis. Vão ver que isso é algo bem difícil”, aconselhou Musk aos jovens.
Os aspectos técnicos da atuação da Starlink também despertaram a curiosidade dos graduandos. Camila Anacleto, de 24 anos, também foi uma das estudantes selecionadas para fazer perguntas. E buscou entender de que forma a instalação da Starlink na Amazônia poderia contribuir com a preservação da Amazônia e, ao mesmo tempo, respeitar a privacidade dos dados coletados. “Era sem dúvida uma questão de interesse não apenas meu, mas dos outros alunos”, diz.
Na visão da estudante, o encontro que aconteceu nesta sexta é apenas o ponto de partida para um novo momento para empresas de tecnologia e estudantes da área. “As empresas vão ver os resultados de situações como essa de forma positiva, e vão fomentar outros encontros de relevância”, aposta a estudante.
Para ela, estar próximo de líderes e empreendedores à frente de disrupções em suas áreas aguça a curiosidade de jovens e desperta um interesse crescente em projetos de tecnologia que envolvem assuntos de interesse público — como no caso da Amazônia. “Ter os próximos líderes de tecnologia (nós) interessados e conectados a isso tudo é positivo para toda a sociedade”, diz.
Convidado “surpresa”
Um dia antes do encontro, os 40 alunos selecionados receberam um convite repleto de incógnitas sobre o evento. Em texto enviado aos participantes, o Inteli afirmou que o nome do convidado internacional seria “surpresa”. Os selecionados também foram convocados a levar papel e caneta para tomar nota dos acontecimentos e compartilhá-los com os demais alunos.
“Para nossos alunos foi uma oportunidade ímpar de conhecer um ídolo. Mais do que isso, conhecer um líder que se propõe a desenvolver tecnologias para transformar a sociedade — o que conversa diretamente com a missão do Inteli”, disse Maira Habimorad, CEO do Inteli.
“Ele ainda disse que fica maravilhado com os tempos em que vivemos, que é uma maravilha estar vivo para ver o que a tecnologia é capaz de fazer por nós. Eu concordo: tecnologia é o que temos de mais perto da magia. Parte do trabalho do Inteli é ensinar a fazer magia para o bem, tecnologia a serviço da sociedade”, afirmou.