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domingo, 24/11/24
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Caesb registra 12 boletins de ocorrência por supostas sabotagens

Em três semanas a companhia registrou sete novos boletins em delegacias. Mais longa paralisação da história da empresa completa 72 dias nesta terça.

Estação de tratamento de esgoto da Caesb na Asa Norte, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)
Estação de tratamento de esgoto da Caesb na Asa Norte, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)

A Caesb registrou 12 boletins de ocorrência por supostas ações de sabotagens desde o início da greve dos funcionários, há 72 dias. A paralisação já é a mais da história da companhia. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Água e Esgoto (Sindágua) nega ter relação com casos de sabotagem.

As ocorrências foram registradas em delegacias de Samambaia, Riacho Fundo I, Gama, SIA, Sobradinho, Asa Norte, Sobradinho II e da sede da Polícia Civil, no Sudoeste. Segundo a Caesb, em 17 de julho, peças avaliadas em R$ 35 mil foram furtadas de uma torre de transmissão de dados instalada na Estação de Tratamento de Água do Pipiripau. Os três casos afetaram o abastecimento de regiões como Fercal, Planaltina e Sobradinho durante o fim de semana, diz a Caesb.

O Sindágua diz que a companhia tenta “criminalizar o movimento grevista”. Segundo o diretor de comunicação do Sindágua, Igor Pontes, falta de água e furtos acontecem durante todo o ano.

“Fora do período da paralisação, a estação de tratamento de esgoto da Asa Sul foi furtada e tacógrafos de veículos também foram roubados. O sindicato não tem qualquer responsabilidade por isso, pois não faz parte de nossa atitude.” De acordo com Pontes, o sindicato tem cumprido com as obrigações exigidas durante a paralisação.

Casos
Em 1º de junho, a Caesb registrou boletim de ocorrência na 29ª DP, do Riacho Fundo I, após um incêndio destruir 250 metros de tubulação de esgoto construídos nos terrenos do programa Morar Bem. A companhia afirma que a ação causou prejuízo de R$ 17 mil com a perda de materiais.

A empresa afirma também que houve corte do abastecimento de água do presídio feminino do Gama, no dia 22 de junho. A interrupção afetou 1,2 mil pessoas que circulavam no local por conta de dia de visitas, segundo a Caesb. A ocorrência foi registrada na 14ª DP.

No mesmo dia, em Santa Maria, uma válvula redutora de pressão foi fechada, o que  causou o corte no fornecimento de água para moradores das quadras 100 a 107, 200 a 207, 300 a 307 e 400 a 407, do Condomínio Porto Rico e do DVO por cerca de duas horas. Segundo a empresa, esses cortes não acontecem fora do período de greve dos servidores.

O sindicato, entretanto, afirma o contrário. “Vários desabastecimentos foram caracterizados como rotineiros na Caesb, como rompimento de adutoras na região Norte do DF. A empresa nunca atribuiu isso ao serviço malfeito pelas empresas terceirizadas”, diz Medeiros.

Em junho, escolas em Ceilândia, Gama e Paranoá ficaram sem abastecimento de água temporariamente. Os centros de ensino são abastecidos com água de caminhões pipa, mas os veículos foram impedidos pelos funcionários em greve de entrar nas estações de tratamento.

Reivindicações
Os servidores da Caesb pleiteiavam reajuste de 19%, mas baixaram o índice para 9,38%. A categoria pede ainda redução da carga horária de oito para seis horas, demandou um aumento de 9,38%, o fim da “perseguições” supostamente praticadas pela empresa contra os grevistas e abono dos dias parados.

No início da greve dos servidores, o presidente da Caesb, Pedro Luduvice, afirmou  que o reajuste pleiteado era “impossível” de ser atendido. “Não há condições financeiras de apresentar esse tipo de proposta”, declarou Luduvice. A empresa tem 2,5 mil servidores. O salário inicial é de R$ 2,5 mil.

 

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