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terça-feira, 01/10/24
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Câmara Legislativa do DF aprova mudança de nome da Ponte Costa e Silva para Honestino Guimarães

O nome da estrutura é alvo de polêmica desde 2015. À ocasião, uma lei determinou a troca para Honestino Guimarães, estudante desaparecido no regime militar. A Justiça, porém, anulou a norma, sob o argumento de que não houve consulta pública para a decisão.

Com o novo projeto, foi realizada uma audiência pública, em junho, como determina a legislação. O texto é de autoria do deputado distrital Leandro Grass (Rede).

“Hoje, a gente faz uma correção civilizatória. Se a gente for na Alemanha, especialmente na capital, em Berlim, não vamos encontrar nenhuma ponte, nenhum monumento em homenagem a Hitler. Se for a qualquer outro país democrático, você não vai encontrar nenhuma homenagem a assassinos, torturadores e violadores de direito. Porque, então, Brasília deveria permanecer nessa situação?”, disse o parlamentar no plenário da CLDF.

Quem é Honestino Guimarães?

 

Documento de identificação de Honestino Guimarães — Foto: Reprodução

Documento de identificação de Honestino Guimarães — Foto: Reprodução

Honestino Guimarães nasceu em Itaberaí (GO), em 1947, e mudou-se com a família para Brasília em 1960. Antes de completar 18 anos, prestou vestibular para geologia na UnB e foi aprovado em primeiro lugar na classificação geral.

Ao longo da graduação e em meio ao regime ditatorial, Honestino engajou-se na política estudantil, protestando contra o governo por meio de manifestações, pichações e distribuição de panfletos. Dois meses antes de se formar, acabou expulso da universidade e foi morar clandestinamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde foi preso e desapareceu.

Em março de 1996, a família de Guimarães recebeu um atestado de óbito do estudante pelo Poder Judiciário do Rio de Janeiro, sem mencionar a causa da morte. A exemplo de outros mortos na ditadura, como Vladimir Herzog e Stuart Angel, o nome de Honestino Guimarães se tornou símbolo da resistência ao regime militar.

Costa e Silva

Ponte Costa e Silva - Brasília (DF) #Obras_Niemeyer — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ponte Costa e Silva – Brasília (DF) #Obras_Niemeyer — Foto: Marcelo Brandt/G1

O presidente Artur da Costa e Silva governou o Brasil entre março de 1967 e agosto de 1969. O período ficou conhecido como “anos de chumbo”, por causa do fortalecimento da repressão e das práticas de tortura, segundo historiadores.

O AI-5, que institucionalizava a repressão e autorizava o fechamento do Congresso e a cassação de políticos, foi editado por Costa e Silva em 1968.

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