Aplicativo de vídeo está em negociação para vender negócio nos EUA após ordem de Trump banindo suas operações no país
Um americano envolvido na guerra cada vez menos fria entre Donald Trump e Xi Jinping não aguentou a pressão. Kevin Mayer, ex-executivo da Disney anunciado há três meses como presidente do aplicativo Tik Tok, pediu demissão nesta quinta-feira. Este deve ser um dos assuntos mais quentes dos mercados internacionais nos próximos dias.
Mayer havia assumido a empresa com a missão justamente de dar um tom mais internacional ao aplicativo controlado pelo conglomerado chinês ByteDance. A missão foi ficando cada dia mais difícil com a perseguição de Trump, que exige a venda do TikTok a uma empresa “muito americana”, argumentando que os chineses usam o aplicativo, junto com várias outras companhias, para espionar cidadãos e governos ocidentais.
Outro governo envolvido numa queda de braço com a China, a Índia, também ameaça banir o TikTok. O governo indiano usa as empresas de tecnologia chinesas como alvo de uma guinada nacionalista após um confronto entre tropas militares dos dois países na fronteira do Himalaia.
Dias atrás, o TikTok anunciou que está processando o governo americano por ter emitido uma nota executiva banindo suas operações do país. Outra americana, Vanessa Pappas, diretora da empresa nos Estados Unidos e ex-executiva do Google, assumirá o cargo interinamente. O fundador da ByteDance, Zhang Yiming, afirmou em carta que a empresa está “se movendo rapidamente para achar resoluções para as questões que enfrenta globalmente, particularmente nos Estados Unidos e na Índia”.
Executivos ouvidos pela agência Reuters afirmam que a troca no comando era esperada, já que foi Zhang Yiming quem tomou a dianteira nas negociações para vender parte ou a totalidade da empresa — o favorito da vez é o conglomerado de tecnologia americano Oracle. Segundo a ordem executiva de Trump, a venda deveria acontecer até 15 de setembro, data em que a empresa pode ser banida dos EUA.