Pequim anunciou na terça-feira (24) que iniciará uma série de visitas a países do oceano Pacífico a fim de fortalecer as relações econômicas e advertiu contra quem se quiser “intrometer” no processo.
Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, começará uma turnê de visita a oito países do oceano Pacífico para “melhorar a confiança política mútua”, informou na terça-feira (24) o ministério do país asiático.
Wang Wenbin, porta-voz da chancelaria chinesa, anunciou que os países de destino serão as Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste e que o ministro será acompanhado por uma delegação de 20 pessoas.
Nos encontros deverão ser discutidas questões econômicas, estando também planejada a assinatura de vários acordos e propostas de investimento em agricultura e mineração.
Wenbin revelou ainda que a Segunda Reunião de Ministros das Relações Exteriores da China-Países do Pacífico será realizada em Fiji.
“O desenvolvimento de relações amigáveis e de cooperação entre a China e esses países serve aos interesses fundamentais e de longo prazo dos dois lados e contribui para a paz, estabilidade e prosperidade na região da Ásia-Pacífico”, comentou ele.
Wang Wenbin advertiu igualmente os EUA a “parar de se intrometer na decisão soberana dos países insulares do Pacífico Sul de buscar uma cooperação normal com outros países”.
Em 19 de abril as Ilhas Salomão e a China assinaram um acordo de segurança, levando a preocupações e críticas de países como a Austrália e EUA sobre a suposta opacidade do processo. Pequim, por sua vez, retrucou que o pacto AUKUS entre a Austrália, EUA e Reino Unido, que prevê o fornecimento a Camberra de submarinos movidos a energia nuclear, não foi transparente e que os primeiros dois países, além da Índia e Japão, já integram outro pacto antichinês, o Quad.
O Quad está simultaneamente realizando sua quarta cúpula anual, pretendo também aumentar sua cooperação com países do oceano Pacífico em meio à “nova vitalidade ao desenvolvimento a longo prazo das relações bilaterais na região” da China. Foi proposto um fundo de US$ 50 bilhões (R$ 240,95 bilhões) para financiar projetos de infraestrutura “sustentáveis [e] orientados pela demanda” no Indo-Pacífico.