Pesquisadores americanos obtiveram resultados positivos em uma experiência com células-tronco extraídas da pele
Um grupo de pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, obteve resultados positivos em uma experiência com células-tronco extraídas da pele. A descoberta tem o potencial de tratar com sucesso doenças até agora incuráveis.
No estudo, os cientistas”reprogramaram” células adultas em células-tronco pluripotentes (iPSC, na sigla em inglês). Segundo Ganna Bilousova, do Centro Gates de Medicina Regenerativa e uma das responsáveis pela pesquisa, os testes desenvolvidos permitiram resolver a ineficácia registrada até o momento na hora de criar células-tronco a partir de células adultas.
Ganna explicou que, atualmente, de cada 1.000 células adultas, apenas uma ou duas chegam a ser iPSC. “Os pesquisadores do Colorado encontraram uma maneira que acelera drasticamente esse processo conforme melhora a segurança desta tecnologia para aplicações clínicas”, especificou Ganna.
A pesquisa
Basicamente, os cientistas se concentraram em doenças da pele e em reprogramar células sadias e doentes, ou seja, reativar certos genes não ativos em células adultas para transformá-las em iPSC.
O novo método permite contar com uma quantidade ilimitada de células próprias do paciente, gerar as iPSC fora do corpo, manipulá-las geneticamente, transformá-las em células de vários tipos e transplantá-las ao paciente, ou usá-las para futuras pesquisas médicas.
“Ficamos surpresos ao descobrir como simples manipulações do tempo e das doses das moléculas de ácido ribonucleico podem afetar a eficiência da reprogramação”, disse a cientista, que acrescentou que agora o processo é menos tóxico e tão preciso que pode ser aplicado a uma só célula.
Potencial contra doenças incuráveis
Dennis Roop, diretor do Centro Gates da universidade e outro líder da pesquisa, acredita que a descoberta tem o potencial de ajudar a desenvolver tratamentos baseados em células-tronco adultas “para curar doenças até agora sem cura, como as epidermólises bolhosas” (EB), que tornam a pele mais frágil.
“Não existem tratamentos efetivos para EB, e a tecnologia iPSC dá a oportunidade de desenvolver uma tratamento corretivo permanente baseado em células-tronco para estas graves doenças que produzem bolhas na pele”, afirmou Gates.