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Com dívidas cada vez maiores, EUA têm perdido influência na ONU, diz embaixadora

Os “desafios” internacionais aliados às dívidas de bilhões de dólares do governo norte-americano em compromissos com a ONU têm sido explorados pela China, diz embaixadora dos EUA.

© AFP 2022 / CHIP SOMODEVILLA
O atraso de bilhões de dólares dos EUA em seus compromissos com a ONU está prejudicando a capacidade de Washington de influenciar a organização mundial, disse a embaixadora Linda Thomas-Greenfield ao Comitê de Relações Exteriores do Senado na quarta-feira (20). De acordo com ela, a situação acabou criando uma abertura para a China.
No meio da audiência do comitê, cujo tema central era “segurança alimentar global” e as questões relacionadas às exportações de grãos da Rússia e da Ucrânia interrompidas pelo conflito, o senador Chris Murphy (Partido Democrata, Connecticut) levantou a questão da dívida dos EUA.
“Esse é realmente o cerne do desafio que enfrento em Nova York todos os dias, pois somos colocados na posição de termos de competir com nossos adversários para poder influenciar as ações da ONU”, respondeu Thomas-Greenfield.
“Somos lembrados publicamente – e nos tentam envergonhar, mas não sentimos vergonha – de que temos uma dívida tão grande, em um atraso tão grande, na ONU. Então, realmente temos que abordar esse problema se quisermos estar aptos a competir […]”, acrescentou.

Quando Murphy sugeriu que a situação criava aberturas para a atuação da China ou da Rússia, Thomas-Greenfield apontou que Pequim pode financiar cargos para cerca de 400 jovens profissionais na ONU, enquanto os EUA não podem.
“Cada lacuna que deixamos é uma abertura para os chineses. Eles fluem para todos os espaços abertos que deixamos”, disse ela.
Thomas-Greenfield e Power passaram grande parte da audiência culpando a Rússia pela escassez de grãos e fertilizantes no mercado global, insistindo que isso não tinha nada a ver com o embargo dos EUA e seus aliados contra Moscou por causa do conflito na Ucrânia.
Tais acusações são “mentiras”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, à RT e à Sputnik em entrevista na quarta-feira (20). Lavrov destacou que as sanções têm como alvo navios, instalações portuárias e seguros, com o objetivo de impedir as exportações de grãos russos, enquanto o grão ucraniano está preso em portos minados sob ordens de Kiev.
Os EUA e seus aliados agora “querem arrastar o secretário-geral da ONU para seus jogos”, disse Lavrov.

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