Os preços no varejo atuaram no sentido de elevação no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro ante dezembro, que desacelerou de 0,89% para 0,76%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu de 0,30% para 0,56%, com a influência principal, assim como no mês anterior, do grupo Alimentação, que teve forte alta no período, de 0,13% para 1,11% Dentro do segmento, o item hortaliças e legumes foi o que mais contribuiu para avanço, ao ter alta de -3,56% para 13,56%.
Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), também foi registrado acréscimo nas taxas de variação de outras três classes de despesas. Uma delas é Educação, Leitura e Recreação (0,87% para 1,46%), com influência típica no período de cursos formais (estabilidade para 3,59%) por causa dos reajustes das mensalidades educacionais. Transportes também avançou (0,78% para 0,92%) e teve a principal contribuição de tarifa de ônibus urbano (-0,70% para 1,03%), que sofre o efeito do aumento dos preços em várias capitais. Por fim, Comunicação saiu de -0,19% para 0,26%, com o destaque de tarifa de telefone residencial (-2,05% para 0,06%).
Em contrapartida, quatro classes de despesas tiveram decréscimo nas taxas de variação: Vestuário (0,61% para -0,28%), por influência de roupas (0,77% para -0,79%); Habitação (-0,06% para -0,17%), com contribuição de taxa de água e esgoto residencial (1,82% para 0,17%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,40%), em que perfume (0,07% para -0,80%) foi a principal influência; e Despesas Diversas (0,18% para 0,17%), com a desaceleração de clínica veterinária (0,94% para 0,21%).
Entre as maiores influências individuais de alta no IPC-M de janeiro, segundo a FGV, estão tomate (-5,62% para 39,58%), gasolina (2,40% para 2,16%), plano e seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,95%), curso de ensino fundamental (0,00% para 4,40%) e curso de ensino superior (0,00% para 2,57%).
Já entre as maiores influência individuais de baixa estão os itens tarifa de eletricidade residencial (-1,49% para -2,19%), que tem deflação por causa da adoção da bandeira verde no mês, condomínio residencial (0,01% para -0,77%), show musical (1,91% para -2,24%), seguro obrigatório para veículo (0,00% para -25,07%) e tarifa de táxi (5,83% para -2,31%).
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a alta de 0,14% em dezembro para 0,28% em janeiro, conforme divulgado na última Sexta-feira (26). O aumento tem a influência do grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, que avançou de 0,22% para 0,59%, enquanto o grupo relativo à mão de obra arrefeceu de 0,07% para 0,03%.
Matérias-Primas Brutas
O estágio de produção de Matérias-Primas Brutas (2,50% para 1,08%) foi o responsável pela desaceleração dos preços no atacado do IGP-M em janeiro ante dezembro (1,24% para 0,91%) e, por sua vez, pelo alívio do indicador cheio no período (0,89% para 0,76%), mostra a FGV.
Dentro do grupo, as principais influências foram a queda da soja em grão (1,46% para -2,22%) e o decréscimo das variações de minério de ferro (9,48% para 6,57%) e de bovinos (2,92% para 1,33%).
Já a contribuição para aceleração de Bens Finais (0,48% para 0,64%) foi o aumento do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de variação passou de -1,87% para 3,21%, enquanto o avanço de Bens Intermediários (1,01% para 1,05%) foi provocado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que subiu de 1,47% para 2,54%.
De acordo com a FGV, entre as maiores influências de baixa no IPA de janeiro estão, além de soja em grão, ovos (0,48% para -4,93%), leite in natura (-0,33% para -2,62%), carne de aves (-0,60% para -3,37%) e óleo de soja em bruto (-1,39% para -7,37%).
O minério de ferro, apesar da desaceleração, figura como principal influência de alta nos preços do atacado em janeiro, seguido por óleo diesel (-1,30% para 3,96%), gasolina automotiva (2,74% para 3,20%), batata-inglesa (-6,79% para 20,32%) e milho em grão (mesmo com o alívio de 2,92% para 2,36%).