21.5 C
Brasília
segunda-feira, 23/12/24
HomeMundoCongresso do Peru pode aprovar destituição da presidente Dina Boluarte

Congresso do Peru pode aprovar destituição da presidente Dina Boluarte

“Moção de vacância” foi incluída na agenda da sessão de hoje, 4, do plenário

(Cordova Rampant/Bloomberg/Getty Images)

O Congresso do Peru, controlado pela direita opositora, deve debater, nesta terça-feira, 4, se aceita uma moção de destituição da presidente Dina Boluarte promovida pelas bancadas de esquerda, que a acusam de “incapacidade moral” para governar devido à repressão a protestos que deixaram mais de 50 mortos.

A “moção de vacância” foi incluída na agenda da sessão de amanhã do plenário, que também prevê uma interpelação do ministro da Defesa, informou o gabinete de comunicações do Parlamento.

Os promotores da iniciativa precisam de um mínimo de 52 votos para que sua proposta seja debatida na casa, número do qual não dispõem. O chefe do Congresso, José Williams, general reformado do Exército, afirmou tacitamente que não é hora de mudanças, dada a crise política que o país sul-americano atravessa.

“Acho que uma tentativa de vacância neste momento não é apropriada, é inadequada”, declarou o líder parlamentar no fim de semana. Se aprovada, o Congresso convocaria Dina na próxima semana para se defender no plenário.

Segundo as bancadas que entraram com o pedido, a esquerda “propõe que o Congresso da República declare a incapacidade moral permanente da presidente, conforme o artigo 113 da Constituição Política do Peru”. Além disso, “pretende declarar a vacância da presidência” e aplicar a sucessão colocando no cargo quem, nesse momento, estiver à frente do Congresso”.

Entenda o contexto

Aos 60 anos, Dina Boluarte, que era vice-presidente de Pedro Castillo, assumiu o poder no último dia 7 de dezembro e deve exercê-lo até julho de 2026. Este foi o primeiro pedido de destituição contra ela no Congresso, enquanto seu antecessor enfrentou três.

A queda de Castillo provocou protestos violentos em regiões andinas do sul do Peru e Lima, com mais de 50 mortos e mil feridos, em meio a uma repressão feroz de policiais e militares. Devido a isto, a Justiça abriu em 10 de janeiro uma investigação contra Dina pelos supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves”.

Mais acessados