O Senado norte-americano inicia nesta segunda-feira uma discussão sobre a política imigratória do país, incluindo o futuro do programa “dreamers” herdado do governo de Barack Obama E, embora o plano do presidente Donald Trump para essa questão não tenha chances de ser aprovado, republicanos querem defender a proposta de olho nas eleições legislativas que acontecem daqui a alguns meses.
Trump continua sendo a voz mais influente sobre o tema. No entanto, seu estilo errático, com idas e vindas e contradições que a própria Casa Branca é obrigada a desmentir, às vezes, pode se tornar um problema para os parlamentares de linha dura de seu partido.
“O Trump de ontem contra o de hoje” é como o senador republicano Jeff Flake vê a abordagem da Casa Branca sobre imigração no momento. “Não sei o quão dura será a abordagem que ele vai defender, mas gostaria de imaginar que ele vai trabalhar para resolver a questão”, disse.
Líder da maioria, o senador Mitch McConnel agendou para hoje uma sessão para iniciar as discussões, que podem durar semanas. Tanto democratas quanto parte dos republicanos afirmaram querer proteger, de alguma forma, os beneficiados até o momento pelo projeto “dreamers”. Criado por Obama, a lei impedia jovens imigrantes ilegais de serem deportados dos EUA. Trump disse querer ajudá-los e até propôs conceder a cidadania para 1,8 milhão deles, mas em troca quer levantar US$ 25 bilhões para construir o muro no México e elevar os requisitos para a imigração legal ao país.
Para ser aprovado, qualquer plano precisa de 60 votos, uma raridade no Senado nos últimos anos. Republicanos controlam a Casa com 51 dos 100 assentos, mas nem todos concordam com o plano de Trump.