Roubo de dados de cartão de crédito é o crime virtual mais comum no país, aponta TransUnion; no mundo, o phishing é a principal fraude
Que a pandemia do novo coronavírus acelerou os hábitos de digitalização dos consumidores não é novidade. Mas junto veio o aumento das tentativas e ocorrências de crimes digitais. No Brasil, o roubo de dados de cartão de crédito e a cobrança fraudulenta são os crimes virtuais mais comuns desde que a Covid-19 se disseminou, segundo pesquisa conduzida pela TransUnion, empresa global de análise de informações.
No mundo, o ano deve registrar um aumento estimado de 10% a 15% nas perdas com fraudes online. Pagamentos suspeitos que são congelados até que se confirme a sua autenticidade devem somar 1 bilhão de dólares, segundo a companhia americana.
Um em cada quatro brasileiros (ou 26% do total de entrevistados) foi vítima de crime envolvendo cartões de crédito. Trata-se do dobro da taxa mundial, ambiente em que essa prática criminosa foi a nona mais frequente (veja o ranking abaixo).No mundo, a liderança de crimes virtuais coube ao phishing, ou o roubo de dados pessoais por meio de links ou mensagens falsas: foi citado por 27% dos respondentes da pesquisa no meio do ano. Em alguns países, como Estados Unidos (31%) e Reino Unido (30%), essa fraude foi ainda mais frequente.
Veja abaixo os crimes virtuais mais comuns na pandemia:
- Phishing (roubo de dados pessoais): 27%
- Golpes de vendedores terceirizados em sites de varejo online: 21%
- Fraude envolvendo caridade e arrecadação de fundos: 19%
- Golpe em desempregados: 18%
- Vacinas de Covid-19, curas e testes: 15%
- Fraude em seguro: 15%
- Fraude de envio de produtos: 14%
- Roubo de identidade: 14%
- Cartão de crédito roubado ou cobrança fraudulentas: 13%
- Golpe do “benefício do governo”: 12%
“Os golpes podem ter impactos de longo prazo para os consumidores. Por exemplo, alguém que tenha contas online em diferentes sites e que poderá comprometê-las”, diz Marcelo Leal, diretor da TransUnion Brasil.
Segundo o executivo, o caminho para reduzir os percentuais de fraudes bem-sucedidas — principalmente pelo lado das empresas, mas com hábitos que consumidores podem adotar — passa por novos métodos para a verificação de identidade, em complemento aos meios tradicionais de autenticação.
Como evitar golpes
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou uma campanha para informar e conscientizar a população sobre as tentativas de golpes financeiros, com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e do Banco Central.
Veja abaixo as principais orientações e dicas para evitar prejuízos:
- O banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão
- O banco nunca vai mandar alguém para a casa do cliente para retirar o cartão
- O banco nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento
- Ao receber uma ligação dizendo que o cartão foi clonado, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história
- Recebeu um SMS ou e-mail do banco com um link? Apague e ligue para o seu gerente.
- Multiplique os cuidados e não passe sua senha a ninguém.