A nova categoria de táxis que a Prefeitura de São Paulo deve criar, o “táxi virtual”, pretende integrar veículos da categoria especial (vermelho e branco) e os táxis de luxo da cidade. Serão táxis com bandeira mais cara, e devem servir de parâmetro para uma eventual regulamentação do Uber, aplicativo que oferece motoristas não cadastrados pela Prefeitura para serviços.
O prefeito Fernando Haddad (PT) recebeu uma comissão de representantes de taxistas na terça-feira, 6, em seu gabinete. Na segunda, 5, havia se encontrado com representantes da Uber. Há a expectativa de que Haddad divulgue detalhes das mudanças no serviço de táxi e regras para a Uber entre esta quarta-feira, 7, e quinta, 8. A ideia não é proibir a empresa de funcionar, desde que ela siga as regras municipais.
Segundo interlocutores, o prefeito encomendou um estudo detalhado sobre a situação dos táxis em São Paulo antes de ir a Paris, na França, na semana passada. Os técnicos entregaram um diagnóstico apontando para a migração dessas categorias especiais para os aplicativos. Empresas que já têm aplicativos de táxi, como a 99Táxis, têm feito pressão no Executivo para aumentar a quantidade de táxis de luxo na cidade. Há 175 veículos nesta categoria. A 99Táxis diz que há mercado para até 5 mil carros.
Conforme a reportagem já informou, os táxis virtuais serão uma categoria nova na cidade que só vai atender corridas feitas pelos aplicativos. Eles terão de pagar uma taxa ao Município. O vereador Adilson Amadeu (PTB), um dos principais articuladores do projeto de lei que proibiu a Uber, e aguarda sanção do prefeito, afirmou ter saído da reunião com Haddad seguro de que o chefe do Executivo vai aprovar o texto.
Presente na reunião de terça-feira na Prefeitura, o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sinditaxi), Natalício Bezerra, não quis adiantar se Haddad vai sancionar ou vetar a lei que proíbe a Uber na capital, mas disse que o resultado do encontro foi “positivo”. “Ele falou que vai nos atender, que tem uma admiração muito grande pela categoria e não vai deixar mais de 30 mil pais de família numa situação difícil. Confio no prefeito”, afirmou Bezerra. Na conversa, a categoria pressionou para que o prefeito sancione o texto aprovado na Câmara Municipal.
Em relação aos “táxis virtuais”, Bezerra disse que a categoria não é contra. “Apenas é um serviço mais moderno. Desde que seja para táxi, para o nosso segmento, tudo bem.”
A Uber informou que só vai se manifestar após Haddad tomar sua decisão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.