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quinta-feira, 14/11/24
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Coronavírus: 511 profissionais de saúde estão infectados no DF; 84,5% são da rede pública

Servidores contaminados atuam em 16 hospitais público e seis UPAs. Sindicato pede ‘atenção’.

Profissional aplica teste rápido para diagnóstico de coronavírus — Foto: Marcos Sanches/Secom

O Distrito Federal tem 511 profissionais de saúde infectados pelo novo coronavírus. Do total, 432 (84,5%) são servidores da rede pública. As informações foram confirmadas pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (Iges-DF) e pela Secretaria de Saúde (SES).

Segundo o levantamento, os servidores infectados atuam em 16 hospitais e seis Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital. Ao todo, 35 mil profissionais atendem na rede pública do DF, entre médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes.

A presidente do sindicato dos servidores da Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, disse que a situação precisa ser avaliada com atenção.

“É, sem a menor dúvida, uma fragilidade no sistema que merece atenção dos órgãos governamentais.”

Onde estão os casos?

De acordo com o levantamento, apenas dois hospitais públicos não haviam registrado casos de coronavírus entre servidores até esta terça (19): o Hospital São Vicente de Paulo e o Hospital Regional de Sobradinho.

Já as unidades mais afetadas são os Hospital Regional de Ceilândia e a UPA de Samambaia. Veja abaixo:

  1. Hospital São Vicente de Paulo: 0
  2. Hospital Regional de Sobradinho (HRS): 0
  3. Hospital de Base: 61 servidores infectados
  4. Hospital Regional de Santa Maria (HRSM): 32 servidores infectados
  5. Hospital Regional de Ceilândia (HRC): 86 servidores infectados
  6. Hospital Regional de Taguatinga (HRT): 42 servidores infectados
  7. Hospital Regional de Samambaia (HRSam): 22 servidores infectados
  8. Hospital Materno Infantil (HMIB): 17 servidores infectados
  9. Hospital da Criança de Brasília (HCB): 17 servidores infectados
  10. Hospital de Apoio de Brasília (HAB): 2 servidores infectados
  11. Hospital Regional da Asa Norte (Hram): 8 servidores infectados
  12. Hospital Regional de Brazlândia (HRBRaz): 1 servidor positivo e 1 aguardando resultado
  13. Hospital Regional do Gama (HRG): 19 servidores infectados
  14. Hospital Regional do Guará (HRGu): 29 servidores infectados
  15. Hospital da Região Leste (HRL), antigo Hospital Regional do Paranoá: 3 servidores infectados
  16. Hospital Regional de Planaltina (HRPL): 4 servidores infectados
  17. UPA de Ceilândia: 3 servidores infectados
  18. UPA de Sobradinho: 5 servidores infectados
  19. UPA de São Sebastião: 12 servidores infectados
  20. UPA de Samambaia: 58 servidores infectados
  21. UPA do Número Bandeirante: 7 servidores infectados
  22. UPA do Recanto das Emas: 4 servidores infectados

Servidores reclamam

Em meio à pandemia e o alto índice de colegas infectados, os profissionais da rede pública reclamam das condições de trabalho. Eles alegam que faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para o enfrentamento à doença.

Em áudio (ouça acima), uma servidora da Secretaria de Saúde, que preferiu não se identificar, detalha a situação dos funcionários na linha de frente e demonstra preocupação diante da falta de itens básicos, como toucas e máscaras cirúrgicas.

Ao G1, uma servidora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia, que tinha 58 casos até terça, afirmou que os profissionais da unidade estão trabalhando em estado de alerta no último mês. Na última segunda-feira (18), uma técnica de enfermagem da UPA foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital, por conta do coronavírus.

Entrada da ala reservada para pacientes com coronavírus na UPA de Samambaia, no DF — Foto: Arquivo pessoal
Entrada da ala reservada para pacientes com coronavírus na UPA de Samambaia, no DF — Foto: Arquivo pessoal

O que dizem os gestores

Questionados pela reportagem, a Secretaria de Saúde e o Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (Iges-DF) afirmaram que todos os profissionais que testaram positivo para a Covid-19 foram afastados e só voltam para o trabalho após cumprirem quarentena.

Também negam que a falta de EPIs aos profissionais de saúde. “Luvas, capotes, protetores faciais, álcool gel e macacões estão sendo distribuídos frequentemente para garantir a proteção dos profissionais, conforme os protocolos da lei de biossegurança.”

O Iges-DF, que administra as Unidades de Pronto Atendimento da capital, disse ainda que “tem realizado assistência emocional e psicológica aos colaboradores”.

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