Secretaria de Saúde, no entanto, não confirma registro da cepa B.1.1.7. na capital. Especialistas dizem que nova mutação pode ser mais contagiosa; entenda.
A Fundação Oswaldo Cruz (Friocruz) confirmou o registro da variante B.1.1.7. do novo coronavírus no Distrito Federal. A nova cepa, identificada primeiramente no Reino Unido, já tinha sido detectada nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Secretaria de Saúde, no entanto, não confirma a informação divulgada pela Fiocruz. De acordo com a pasta, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) monitoram todos os casos de Covid-19 registrados na capital do país.
“Até o presente momento, não houve devolutiva com confirmação de sequenciamento com outra variante da Covid-19”, informou a secretaria.
Os registros sobre a identificação das novas variantes da Covid-19 apareceram na plataforma online da Fiocruz chamada de Demonstrativos de Linhagens e Genomas SARS-CoV-2. De acordo com a ferramenta, 11 amostras do DF foram analisadas (veja abaixo).
Apesar de confirmar a detecção da nova cepa na capital, a plataforma da Fiocruz não apresenta detalhes sobre os infectados ou a data de notificação dos casos.
Transmissão e vacina
Estudo publicado em dezembro do ano passado descreve que os dois primeiros casos da B.1.1.7. foram detectados na cidade de Kent e em Londres, em 20 e 21 de setembro, respectivamente.
Autoridades locais, dois meses depois, informaram que a variante do Reino Unido é entre 50% a 74% mais contagiosa. Entretanto, não há evidências de que ela provoque a doença de forma agravada ou não responde às vacinas.
Além disso, a vacina desenvolvida pelas empresas Pfizer e BioNTech contra a Covid-19 conseguiu neutralizar, em laboratório, três variantes do coronavírus, incluindo a do Reino Unido, aponta um estudo publicado na revista científica “Nature Medicine” em 8 de fevereiro.
Além disso, a Moderna, empresa americana de biotecnologia que produziu uma vacina de RNA contra a Covid-19, anunciou, em janeiro, que o imunizante conseguiu neutralizar duas mutações do coronavírus em testes de laboratório. Entre elas, o B.1.1.7.
No caso da CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a eficácia dela está sendo checada contra a nova cepa. A informação foi confirmada na segunda-feira (15) pelo governo de São Paulo.
Nova cepa no Entorno
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás identificou a variante do Reino Unido do coronavírus em dois moradores de regiões do Entorno. Os casos foram constatados em Luziânia e Valparaíso de Goiás, municípios localizados a menos de 60 quilômetros do centro de Brasília.
De acordo com a pasta, os contaminados tiveram contato com uma pessoa que chegou recentemente da Inglaterra. Após a confirmação, as autoridades goianas reforçaram que as medidas de prevenção devem ser seguidas.