Atualmente, não há nenhum policial penal ou preso internado com a doença, que matou quatro pessoas do sistema prisional desde o início da pandemia
Os presídios do Distrito Federal não registram nenhuma pessoa infectada pelo novo coronavírus, seja interno ou servidores que trabalham no sistema. Nesta segunda-feira (5/10), a Secretaria do Sistema Prisional divulgou estudo que mostra ainda que, há exatos 61 dias, não foram assinalados óbitos causados pela Covid-19. Ao todo, quatro presos morreram em decorrência da doença desde o começo da pandemia.
A última morte registrada entre presos, por complicações decorrentes do novo coronovírus, ocorreu no dia cinco de agosto. O reeducando estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – considerado referência no tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19.
A baixa no índice de infecção dentro do sistema prisional é acompanhada por governo e familiares de presos e servidores. As medidas de segurança e os protocolos preventivos foram intensificados. No DF, o trabalho de prevenção e enfrentamento à Covid-19 nas unidades prisionais é feito de forma alinhada com a Secretaria de Saúde (SES), a Vara de Execuções Penais (VEP-DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
“Nossas ações sempre foram pautadas nas tratativas do grupo de trabalho criado pela VEP, bem como nas diretrizes da Secretaria de Saúde. O trabalho integrado tem norteado nossa atuação e garantido a retomada gradual e responsável de atividades como a visita presencial, trabalho externo e demais benefícios concedidos pelo Judiciário”, destaca o secretário de Administração Penitenciária, delegado Agnaldo Curado.
Atualmente, o sistema penitenciário tem uma taxa de letalidade de 0,21% na população privada de liberdade e 0,35% entre policiais penais. “Mesmo durante o pico da pandemia, a taxa sempre esteve abaixo do esperado, o que indica a eficiência das intervenções realizadas até o momento”, afirma o secretário.
A pasta destaca ainda o alto índice de testagem nos presídios. Os testes foram intensificados assim que apareceram os primeiros casos da doença no DF, o que permitiu a adoção imediata de medidas preventivas e de isolamento.
Quarentena preventiva
Com o objetivo de separar internos recém-chegados ao sistema, que precisam ficar em quarentena por 14 dias, um novo bloco do Centro de Detenção Provisória II (CDPII) foi destinado ao acolhimento de público flutuante semanal aproximado de 100 novos presos.
A estada dos presos no local é obrigatória até que sejam transferidos para as unidades prisionais relativas a cada tipo de pena. Portanto, o número total de internos nos blocos é volátil e pode variar para mais ou para menos em uma semana. Caso algum novo interno apresente sintomas da doença e teste positivo para Covid-19, ele é imediatamente encaminhado para a ala destinada ao tratamento da doença.
Até o momento, já foram aplicados, pela SES, mais de 12,5 mil testes em internos e policiais penais. De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o DF é a unidade da federação responsável por 11,13% de todos os testes realizados no sistema penitenciário do Brasil.
Ações recentes
– As visitas aos reeducandos do sistema penitenciário do DF, suspensas desde o dia 12 de março, foram retomadas em 16 de setembro. A decisão é da VEP-DF em conjunto com a Seape – responsável pela elaboração de protocolo específico contendo uma série de regras e medidas de sanitização.
– Além das visitas presenciais, também foram autorizadas as saídas para trabalho externo, saídas temporárias e saídas quinzenais – as chamadas “saidinhas” – para todos os apenados que têm direito a tais benefícios.
– Os atendimentos da Seape no Na Hora voltaram ao normal. Com a regularização dos serviços, as vagas para realização e atualização do cadastro de visitante aumentaram de 198 para 297 por dia – somadas as vagas da Rodoviária do Plano Piloto e Riacho Fundo.
A medida começou a valer desde o dia 17 de setembro e o agendamento pode ser feito por meio do link https://bit.ly/3ivuer3.
Situação do SPDF até as 16h do dia 5.10.2020: foram 2.227 casos positivos de COVID-19 no SPDF, sendo 402 policiais penais testados positivos, dos quais 396 policiais estão recuperados e 1.825 presos testados positivos, sendo 1.816 presos recuperados. Não constam policiais penais ou presos internados.
*Com informações da Seape