Cruz Vermelha enfrenta dificuldades para acessar regiões afetadas pelo ebola no Congo
A batalha contra osurto de ebola declarado há mais de um mês na República Democrática do Congo “não acabou”, declarou nesta quinta-feira à Agência Efe a diretora para a África da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV), Fatoumata Nato-Traoré.
Em entrevista à Efe na sede da Cruz Vermelha em Nairóbi após retornar de uma viagem à região afetada, Nato-Traoré alertou que existe risco de transmissão para outras áreas como a capital da RDC, Kinshasa, e para países vizinhos como República do Congo e República Centro-Africana.
A diferença deste surto para os oito anteriores que aconteceram nesta nação é que agora não se limitou a aldeias nas florestas: “Os últimos focos foram detectados nas florestas e foram contidos nas florestas. Agora não estão longe de Mbandaka”, cidade de mais de 1,2 milhão de habitantes.
Além disso, o acesso às áreas afetadas é muito difícil. Por exemplo, ao epicentro do surto só pode se chegar de helicóptero, o que complica a resposta contra a doença e desacelera tanto a coordenação como a divulgação dos dados.
Nato-Traoré explicou que as prioridades da Cruz Vermelha, que conta com quase 300 pessoas na região afetada, passam pela prevenção de riscos e pela quebra da cadeia de propagação, para o que realizam uma campanha de conscientização da qual já participaram 70 mil pessoas, visando a chegar a cerca de 400 mil.
“A população local não está bem informada sobre o ebola, por isso que ainda não entende alguns dos procedimentos que as equipes médicas realizam, e estigmatiza os afetados por esta febre hemorrágica”, revelou a diretora da Cruz Vermelha.