Com alta de casos de coronavírus, Porto Alegre terá proibição de academias, salões de beleza e comércio não-essencial a partir de terça-feira, 7
A Prefeitura de Porto Alegre publicou nesta manhã um novo decreto que restringe parte do comércio e de atividades na capital do Rio Grande do Sul, em meio à alta de casos do novo coronavírus. As medidas começam a valer na terça-feira, 7.
Serão 15 dias de restrições neste primeiro período. Só poderão funcionar comércio e serviços considerados essenciais. A Prefeitura também vai bloquear os cartões de vale-transporte de trabalhadores de estabelecimentos e empresas que não estejam autorizados a funcionar, e os ônibus não aceitaram pagamento em dinheiro em um período da manhã.
Segundo disse o prefeito Nelson Marchezan (PSDB) em entrevista à Rádio Gaúcha, a medida foi implementada porque há empresas que “mesmo sendo proibidas, estão obrigando seus funcionários a trabalhar”.
As medidas levam em conta a alta de casos do coronavírus na cidade e a ocupação de leitos de UTI, disse Marchezan. “Todos os países do mundo, independe de sua ideologia, tiveram que buscar alternativas de restrição de atividades econômicas e eu lamento muito que não tenhamos descoberto outra alternativa”, disse o prefeito.
Serão fechados salões de beleza, academias, concessionárias e o mercado público da cidade, assim como parques. Lojas de material de construção podem abrir com restrição do número de clientes. Supermercados só poderão funcionar com 50% da capacidade.
Também será proibido estacionar entre 7 horas e 19 horas na chamada “área azul” da cidade, para reduzir o trânsito de veículos, sob pena de multa e pontos na carteira de habilitação.
Alta de casos de coronavírus no Sul
Porto Alegre tem 3.968 casos de covid-19, 111 óbitos e mais de 9.000 casos em análise, segundo o último boletim epidemiológico da Prefeitura, divulgado neste sábado, 4. As UTIs registram ocupação média acima de 81%, segundo dados do fim de semana.
O estado do Rio Grande do Sul tem 31.955 casos confirmados de coronavírus e 727 óbitos, segundo boletim deste domingo, 5, da Secretaria de Saúde do estado. Os estados vizinhos, Paraná e Santa Catarina, também têm cada qual pouco mais de 31.000 e 32.000 casos, respectivamente.
A região Sul, que no começo da pandemia teve menor registro de casos do que estados de regiões como Sudeste e Norte, vem tendo uma alta de contágios por coronavírus a partir do mês de maio, embora ainda seja a região brasileira com menor número de casos (absolutos e por número de habitantes).
A taxa de mortalidade e de incidência do coronavírus na região é a menor do país: são 6,4 mortos e 321,5 infectados a cada 100.000 habitantes, ante média nacional de 30,9 óbitos e 762,8 contágios a cada 100.000 habitantes.