Distritais querem cancelar reajuste da tarifa do transporte público e da refeição nos restaurantes comunitários
O apelo do governador Rodrigo Rollemberg de que o Governo de Brasília precisa reduzir despesas não tem surtido efeito. Pelo menos em se tratando de parte das medidas anunciadas para estancar a crise financeira. Duas delas estão em cheque. A que reajusta tarifas do transporte público e a que aumenta o valor da refeição nos restaurantes comunitários. A Câmara Legislativa estuda revogar os dois atos.
O movimento contrário às medidas começou ainda na semana passada, mas ganhou força na última segunda-feira (5) com a adesão de deputados governistas, como a distrital Liliane Roriz (PRTB). “No caso dos restaurantes comunitários, trata-se de uma questão social. O governo tem a obrigação de bancar a alimentação a R$ 1”, afirma.
Já o deputado Ricardo Vale (PT) é o principal defensor da sustação do reajuste das passagens dos ônibus. Para ele, o governo não poderia ter reajustado o preço da passagem dos ônibus e do Metrô sem antes ter apresentado a auditoria prometida pelo secretário de Mobilidade, Carlos Tomé e, principalmente, por conta da CPI do Transporte que acontece na Casa.
Esse posicionamento do Legislativo tem causado preocupação ao Buriti, que justificou a defasagem nos preços como motivo para o aumento nas passagens e nos preços das refeições dos restaurantes comunitários.
Se confirmada as intervenções, o subsídio das passagens de ônibus pago pelo governo às empresas retornariam aos patamares anteriores, aumentando o repasse exclusivo do governo, que até o fim do ano deverá se aproximar de R$ 1 bilhão. No caso das refeições populares, o preço cobrado desde a inauguração dos restaurantes comunitários sempre foi de R$ 1, mas, com a inflação o custo para o governo já chega a R$ 7 por refeição.
Conversa – O líder do governo na Câmara Legislativa, Julio Cesar (PRB), acredita que o governo deverá chamar os deputados para conversar. Mas, vê com estranheza a atitude dos distritais, já que não era usual a Casa usar o recurso. “Não é algo habitual, mas o governo vai conversar com os deputados para explicar suas razões. Por um lado, a população não pode pagar por erros da gestão passada, mas por outro, o governo vive um momento difícil”, afirma Julio Cesar.
A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), defende que as ações dos seus colegas e acredita que essa é uma forma de fiscalizar as atitudes do Executivo. “Isso é natural, ainda mais quando as medidas causam impacto para a população. Essa é uma forma de fiscalizar os aumentos injustos que foram dados e criarmos uma segunda alternativa.