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sábado, 23/11/24
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Desmatamento na Amazônia pode estar próximo de não ter volta

O pesquisador americano Thomas Lovejoy e o brasileiro Carlos Nobre garantiram que o desmatamento está perto de 17% da vegetação nos últimos 50 anos

A Amazônia está se aproximando perigosamente de um ponto “sem volta”, ao qual se chegaria se o desmatamento superar 20% de sua área original, afirmam dois renomados biólogos da Fundação das Nações Unidas.

Em um editorial publicado nesta quarta-feira pela revista especializada “Science Advances”, o pesquisador americano Thomas Lovejoy e o brasileiro Carlos Nobre garantiram que o desmatamento da Amazônia está perto de 17% de sua vegetação nos últimos 50 anos, e que o limite de 20% seria o abismo climático.

A Amazônia produz aproximadamente metade de suas chuvas ao reciclar a umidade na medida em que o ar se move a partir do Atlântico, através da América do Sul e rumo a oeste.

Esta umidade é importante para alimentar o ciclo da água da Terra de maneira mais ampla e afeta o bem-estar humano, a agricultura, as estações de seca e o comportamento da chuva em muitos países da América do Sul, segundo os especialistas.

Recentemente, fatores como a mudança climática, o desmatamento e o uso generalizado do fogo tiveram influência no ciclo natural da água nesta região, acrescentaram os biólogos.

Até agora, os estudos indicam que as interações negativas entre esses fatores significam que o sistema amazônico mudará para não florestal no leste, no sul e no centro da Amazônia se o desmatamento alcançar níveis que impactem em entre 20% e 25% da região.

De fato, segundo os especialistas, a gravidade das secas de 2005, 2010 e 2015 poderia representar os primeiros reflexos deste ponto de inflexão ecológica.

Esses eventos, junto com as fortes inundações de 2009, 2012 e 2014, sugerem que todo o sistema está oscilando.

Além disso, os fatores de grande escala, como as temperaturas mais quentes da superfície do mar sobre o Atlântico Norte Tropical, também parecem estar associados com as mudanças na Terra.

Por esses motivos, Lovejoy e Nobre exigiram em seu artigo que se contenha a área desmatada abaixo de 20% da superfície original para evitar que se chegue a um ponto sem volta na capacidade regenerativa dessa importante região.

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