Restos da aeronave que desapareceu com 66 pessoas a bordo foram localizados perto da ilha grega de Karpathos
A companhia aérea EgyptAir confirmou em sua conta no Facebook que foram encontrados destroços da aeronave que desapareceu nesta quinta-feira com 66 pessoas a bordo. “O Mistério de Aviação Civil do Egito recebeu uma carta oficial do Ministério das Relações Exteriores que confirma a descoberta de destroços da aeronave desaparecida MS804, próximo à ilha de Karpathos”, postou a empresa. Além de afirmar que sente muito pelos familiares e amigos das pessoas a bordo, a companhia aérea disse que equipes de investigação seguem em busca de outros fragmentos do avião. A ilha grega de Karpathos fira a Leste de Creta.
Mais cedo, o porta-voz do exército da Grécia, Vassilis Beletsiotis, havia dito que dois objetos plásticos, cor de laranja, avistados no mar a 425 quilômetros de Creta poderiam pertencer à aeronave. A imprensa grega especulava que podia se tratar de coletes salva-vidas. Embarcações e aeronaves da Grécia participam nas buscas nesta região ao lado de aparelhos egípcios, franceses e americanos.
O voo MS804 da companhia nacional EgyptAir, que fazia o trajeto Paris-Cairo, desapareceu dos radares às 2h29 desta quinta-feira no horário de Paris (21h29 de quarta-feira no horário de Brasília), quando deixava o espaço aéreo grego e entrava no espaço aéreo egípcio. O ministro grego da Defesa grego, Panos Kammenos, informou que a aeronave “fez um giro de 90 graus à esquerda, seguindo de um de 360 graus para a direita, caindo de 37.000 a 15.000 pés”, antes de desaparecer dos radares.
Em função da tragédia, uma reunião ministerial de crise foi convocada pelo presidente francês, François Hollande, para discutir a hipótese de atentado. Tanto a França quanto o Egito são alvos do grupo jihadista Estado Islâmico e os dois países são parceiros políticos e militares na luta contra o extremismo muçulmano.
O chefe do Departamento de Investigação de Ataques Aéreos do Egito, Ayman al-Moqadem, afirmou que o país está formando um comitê oficial para investigar o desaparecimento. Também participarão autoridades da França, que é o país fabricante do Airbus 320 e a segunda nação com maior número de vítimas a bordo. O comitê deve começar as buscas pelas caixas-pretas e outras evidências, assim que tiverem acesso a destroços do avião. O Reino Unido e a Grécia também se ofereceram para auxiliar na investigação, disse Moqadem. Porém, ele não confirmou se as ofertas foram aceitas.
Nesta tarde, o assessor de imprensa da Casa Branca Josh Earnest declarou que os Estados Unidos estão oferecendo ajuda aos seus aliados e que não descartam a possibilidade de terrorismo, porém, acreditam que ainda é cedo para dizer o que causou a queda. “Nós vemos um desejo por parte de extremistas pelo mundo, incluindo alguns no Oriente Médio, de realizar ataques tendo como alvo o sistema de aviação internacional. Estamos obviamente cientes dessa hipótese”, afirmou Earnest.
(Com AFP)