Brasília tem 35 regiões, ou seja, especializadas atendem apenas 5% da capital federal. Governo diz que ocorrências de violência contra público feminino podem ser feitas em qualquer delegacia.
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Das 35 regiões do Distrito Federal, apenas duas contam com delegacias especializadas no atendimento à mulher:
- Ceilândia, onde a delegacia foi inaugurada em 1987
- Asa Sul , inaugurada em 2020
Ao g1, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, nesta terça-feira (4), que não há previsão para abertura de novas unidades, apesar da área de cobertura na capital ser de apenas 5%. Também nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto que prevê o funcionamento 24 horas por dia, incluindo domingos e feriados, para as delegacias da mulher em todo o país.
No Distrito Federal, as duas delegacias especializadas já funcionam 24h e denúncias de violência contra o público feminino também podem ser feitas em qualquer delegacia. Mas, muitas vezes, as próprias vítimas reclamam do atendimento.
O governador Ibaneis falou à reportagem que tem “colocado atendimento diferenciado em todas as novas delegacias”, no entanto, não deu detalhes sobre a medida. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil e questionou sobre novas medidas para atender mulheres no DF, mas não obteve retorno até a última atualização desta publicação.
Núcleos de atendimento
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Núcleo de Atendimento à Mulher, no DF — Foto: SSP/Divulgação
De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) mais recente, de 2021, O Distrito Federal tem 3.010.881 habitantes. Desses, 1.568.114 são mulheres, ou seja, 52,2% da população.
Além das delegacias da Asa Sul e de Ceilândia, as unidades de Vicente Pires, Riacho Fundo e Paranoá contam com núcleos para atendimento jurídico, psicológico e de assistência social para mulheres. Mas não são delegacias especializadas.
A delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam I), Ana Carolina Litran, explica que o programa é institucional, mas funciona com parcerias de faculdades e da Cruz Vermelha. No entanto, a delegada o serviço não é 24 horas, já que ele é feito por meio de parcerias.
“O que funciona 24 horas é a polícia. O registro de ocorrência é ininterrupto”, diz a delegada.
Ana Carolina Litran afirma que, caso a vítima compareça a uma das unidades que contam com o serviço fora do horário de funcionamento, é possível fazer um agendamento. “Posteriormente, ela pode escolher se quer de forma presencial ou online”, diz.
Como e onde denunciar violência contra mulheres?
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/O/P/ixFl7xSA28TvAT0pzbuw/delegacia-df.jpeg)
Fachada da Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II), em imagem de arquivo — Foto: SSP-DF/Divulgação