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sábado, 21/09/24
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Dólar oscila próximo da estabilidade à espera de definição sobre estímulo

Nancy Pelosi e Steven Mnuchin, mais uma vez, retomam conversas sobre estimula; mercado já dá sinais de impaciência

Dólar: moeda americana pode chegar a terceira alta consecutiva (halduns/Getty Images)

Como em um looping contínuo, o mercado inicia os trabalhos desta quinta-feira, 22, novamente de olho nas negociações sobre o pacote de estímulos americano. No mercado, o clima já é de impaciência após as negociações entre a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, fracassarem mais uma vez na quarta-feira, 21.

Hoje, as conversas devem ser retomadas, mas o mal humor dos investidores já é evidente na maior busca por ativos de segurança, como o dólar. Pela primeira vez na semana, o índice Dxy, que mede o desempenho da moeda americana contra seus pares desenvolvidos, opera em alta. E no Brasil, o dólar oscila entre os terrenos positivo e negativo nos primeiros negócios do dia, mas pode acabar cedendo à pressão externa. Às 9h16, o dólar subia 0,11% e era vendido a 5,62 reais.

No mercado internacional, o dólar também se valoriza contra outras divisas emergentes, praticamente todas as principais. Mas, ao diferentemente delas, o real não conseguiu aproveitar o bom humor externo do início da semana, vindo de duas altas consecutivas.

De acordo com o diretor executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, alguns fatores têm segurando a moeda local em patamares elevados, apesar das recentes valorizações de outras divisas emergentes. A razão principal, segundo Nehme, seria a pressão da moeda no mercado de futuros, motivada pela maior busca por hedge.

“No mercado de câmbio à vista não há pressões, mas é a utilização do mercado futuro de dólar para ‘hedge para insegurança’ que dá suporte ao preço atual e pode até conduzi-lo a patamar mais elevado se o comportamento externo da moeda americana se alterar”, afirma e nota.

Essa maior busca por segurança, prossegue Nehme, se deve às incertezas sobre a condução da política econômica do governo, que na visão do especialista, estaria em uma encruzilhada.

“O governo federal enfrenta um inquietante dilema, pois carrega uma expressiva crise fiscal que circunda o limite do rompimento do teto orçamentário na concomitância de ter que dar sustentação e continuidade aos programas assistenciais sociais à população carente.”

Apesar do cenário negativo, ao menos os dados de pedidos de seguro desemprego dos Estados Unidos vieram em forma de alento. Na semana foram registrados 787.000 pedidos, enquanto o mercado esperava 860.000. O número também foi o menor desde o início dos impactos da pandemia no mercado de trabalho americano, quando a quantidade chegou a disparar para mais de 6 milhões de pedidos em apenas uma semana.

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