Esperança de novos estímulos por parte do governo americano impede perdas significativas de moedas emergentes
O dólar oscila sem direção definida nos primeiros negócios desta sexta-feira, 17, com o a predominância do clima de cautela no mercado. Isso porque se por um lado há esperança de que o governo americano injete novos estímulos econômicos, por outro, o constante aumento do número de infectados diários por Covid-19 nos Estados Unidos reduz as expectativas de uma recuperação pujante da maior economia do mundo no segundo semestre. Na véspera, o país voltou a registrar recorde de casos diários, com mais de 70.000 infectados em 24h, segundo dados compilados pelo The Washington Post.
Depois de abrir em queda, às 9h30, o dólar comercial subia 0,3% e era vendido por 5,344 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, avança 0,2%, cotado a 5,63 reais.
De acordo com a Bloomberg, as pressões para que a Casa Branca coloque em ação um novo pacote de 1 trilhão de dólares aumentam conforme programas de estímulos chegam próximos do prazo final. O pacote trilionário , que já vinha sendo aventado há algum tempo, pode ser aprovado antes do recesso do Congresso americano, em agosto.
“Existe uma complicação adicional pois a Casa Branca mencionou que Trump pode vetar o pacote caso não inclua redução de imposto sobre folha de pagamento. Um atraso na aprovação pode gerar volatilidade no curto prazo. Caso não passe, pode fazer os mercados sofrerem mais, mas a probabilidade de isso acontecer é baixa”, avaliam analistas da Exame Research em relatório.
Já na Europa a aprovação do pacote de 750 bilhões de euros parece cada vez mais distante. Nesta sexta, os líderes dos 27 países que integram União Europeia se encontram para discutir o tema. No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, já admitiu que o trabalho de convencimento não vai ser nada fácil. Pelo contrário.
“Devo dizer que as diferença ainda são muito, muito grandes. Antecipo negociações muito, muito difíceis”, disse à agência Reuters.
No exterior, o dólar se valoriza contra a maioria das principais moedas emergentes, com exceção da rúpia indiana, que ganha valor. Na última sessão, o real teve apreciação, indo na contramão do movimento global de desvalorização de divisas emergentes.