Pacote de 750 bilhões de euros da União Europeia é visto como gatilho para desvalorização global da moeda americana
O dólar avança contra o real, nesta sexta-feira, 31, acompanhando o movimento de alta da moeda americana contra divisas emergentes. Às 9h50, o dólar comercial subia 0,4% e era vendido por 5,181 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, avançava 0,6%, vendido a 5,47 reais.
No mercado, é esperado um dia de maior volatilidade e volume no câmbio tendo em vista a “briga da Ptax” de fim de mês, referência para contratos cambiais.
“Hoje é encerramento de contratos futuro de dólar. Então tem a briga da Ptax em que os comprados pressionam a taxa para cima e os vendido para baixo. Costuma ser um dia em que o dólar apresenta algumas distorções de preço”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Apesar de se valorizar nos primeiros negócios do dia, o dólar caminha para fechar em queda pela segunda semana consecutiva. “O pacote da União Europeia de 750 bilhões de euros derrubou o dólar no mundo inteiro, inclusive em países emergentes. Não é o real que está ficando forte, é o dólar que está ficando fraco”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.
O índice Dxy, que mede o desempenho da moeda americana contra uma cesta de divisas fortes, como o euro, a libra esterlina e o iene, cai 0,10% e marca 92,94 pontos, próximo das mínimas desde 2018. O euro, que fechou, na véspera, acima dos 1,18 dólares pela primeira vez em dois anos, apresenta leve desvalorização perante o dólar.
De modo geral, o clima no mercado é positivo, com os investidores otimistas com a temporada de balanços, após resultados de algumas das maiores empresas de tecnologia dos EUA surpreenderem positivamente. Na agenda econômica, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de julho da China ficou levemente acima do esperado, em 51,1 pontos, acima dos 50 pontos que delimitam a contração da expansão da atividade. Na Zona do Euro, o PIB do segundo trimestre teve queda de 12,1%, ficando pior do que o consenso de contração de 11,2%. Porém, os efeitos do PIB europeu foram limitados. “O mercado já esperava que viria ruim, até porque ontem o PIB da Alemanha também veio fraco”, comentou Laatus.