A reabertura do estado deve começar pelas cidades mais distantes da capital, que registraram menos casos, com o uso obrigatório de máscaras pela população
O governador João Doria Junior detalha hoje o plano do estado de São Paulo para a reabertura gradual da economia ao fim da atual fase da quarentena, que tem como objetivo desacelerar a disseminação do novo coronavírus. Depois de duas prorrogações, o isolamento social, que teve início em 24 de março, deve ser relaxado a partir de 10 de maio.
Doria anunciou a intenção de permitir que os setores produtivos voltem a funcionar em suas redes sociais na segunda-feira, 20. Disse que a retomada das atividades depende do ritmo de contágio e da situação do sistema de saúde, acrescentando que formou um comitê empresarial para avaliar os impactos da pandemia da infecção respiratória covid-19 na economia e traçar um caminho de recuperação.
Um indicador importante da capacidade do governo em cumprir a promessa de diminuir o isolamento também vem nesta quarta-feira. Doria estimou que hoje a fila de amostras esperando para ser testadas para o coronavírus deve ser zerada pelo consórcio de 38 laboratórios públicos e privados formado para ampliar o diagnóstico. O estado chegou a ter mais de 16.000 amostras na fila, que há dois dias estava em 4.149.Se de fato o gargalo na testagem para a doença for eliminado, maiores as chances de a liberação das operações das empresas acontecer logo. A ampla testagem da população é, segundo a Organização Mundial de Saúde, é um dos requisitos para permitir que a vida comece a voltar ao normal em alguma localidade.
A reabertura do estado deve começar pelas cidades mais distantes da capital, que registraram menos casos e mortes, com o uso obrigatório de máscaras pela população. Shopping centers e espaços de lazer continuariam fechados, enquanto as lojas de rua funcionariam em horário reduzido e teriam que limitar o número de clientes em seu interior. Na capital, a retomada das atividades está prevista para ter início em junho.
Os especialistas em saúde pública acham que é cedo para falar em normalização das atividades, porque o número de casos e mortes ainda tende a subir antes de recuar. Dos 43.079 pacientes infectados pela doença no Brasil, 15.385 estão em São Paulo.